Santo Tirso
30 anos de Liga dos Amigos do Hospital
Trinta anos depois, a atividade da Liga dos Amigos do Hospital de Santo Tirso (LAHST) continua a ser valorizada pela comunidade como uma das mais nobres formas de ajudar o próximo. E isso mesmo ficou provado no jantar comemorativo do 30.º aniversário da associação, que se realizou na noite de 9 de abril, na Fábrica de Santo Thyrso.
Criada em 1986, a LAHST assume-se como uma associação “autónoma”, sem estar provida nem mandatada de direitos sobre o Hospital, e “formada por um conjunto de pessoas que se dispõe a trocar o bem-estar dos seus lares junto dos seus, por tempos de acompanhamento aos doentes do Hospital, oferecendo–lhes o prazer da sua companhia”. José Luís Martins foi o mentor deste
projeto há três décadas, que para a sua execução contou com o apoio de “ilustres tirsenses”. E ao longo dos anos, o cuidado pelo bem-estar dos doentes do Hospital foi-se tornando a pedra-de-toque desta associação e hoje não passa despercebida pela população. E a postura altruísta que possibilitou a criação da LAHST e de outras coletividades “nas décadas de 80 e 90” floresceu e permitiu que, ainda hoje, estas sejam “uma referência na atividade cívica e social do concelho”, evidenciou Joaquim Couto, presidente da Câmara Municipal de Santo Tirso, que, no jantar, fez questão de homenagear, não só os voluntários da LASHT, mas “todas as pessoas que participam em atividades voluntariamente” e que fazem de Santo Tirso “um concelho digno”. E às empresas patrocinadoras da atividade da coletividade, Joaquim Couto gabou “a responsabilidade social” que revelam. O autarca, que já em 1986 era presidente da Câmara de Santo Tirso, lembrou a “azáfama” de José Luís Martins para constituir “a associação”, que hoje é valorizada pela importância que a LAHST tem na salvaguarda do bem-estar e conforto dos utentes da unidade hospitalar. Num jantar onde se falou do passado – com direito a homenagem ao médico e autarca Bernardino Vasconcelos, antigo Diretor do Hospital, que faleceu em setembro de 2015 -, o presidente da associação, Nuno Carvalho, também fez questão de ressalvar o futuro, através da referência a três jovens voluntários – “a Diana, o Zé Diogo e o Zé Miguel” -, que “muitas vezes se levantam às sete da manhã para vir ajudar na LAHST”. “Fazem aquilo que, nós adultos, devíamos fazer, mas às vezes nos esquecemos”, sublinhou, sem deixar de também exaltar o papel do fundador José Luís Martins e sucessor Fernando Marques.
Otimismo quanto ao futuro do Hospital
E apesar de ser um dia de festa, a atual situação do Hospital de Santo Tirso – que com o de Famalicão constitui o Centro Hospitalar do Médio Ave – não passou incólume. Nuno Carvalho mostrou “confiança no futuro do Hospital” e Joaquim Couto aproveitou a deixa e referiu que “houve alguma desestabilização” na unidade hospitalar, que “criou alguma desconfiança
na população em geral”, referindo-se ao processo de transferência de gestão para a Misericórdia iniciada pelo anterior Governo de Pedro Passos Coelho e anulada pelo atual liderado por António Costa. “O Centro Hospitalar do Médio Ave presta serviços a uma população de cerca de 250 mil habitantes da Trofa, Santo Tirso e Famalicão e é uma instituição que merece, da parte da Câmara Municipal todo o respeito e preocupação, para que a população tenha serviços médicos de qualidade no Serviço Nacional de Saúde e as condições de acesso igualitárias a todos”, evidenciou o autarca.
Já António Barbosa, recentemente nomeado presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar, mostrou-se “otimista” e deixou “o compromisso” de “rapidamente, procurar fazer esquecer esse período conturbado e restabelecer e adquirir funções que havia entre as duas unidades hospitalares”. “Admirei muito que, apesar de todo o cenário de dificuldades, sempre esteve assegurado o atendimento aos utentes por parte da LAHST, que soube qual o seu papel, que é absolutamente insubstituível”, sustentou.
Plano Municipal de Saúde
Joaquim Couto aproveitou a ocasião para anunciar que o Plano Municipal de Saúde (PMS) “está praticamente concluído e será apresentado brevemente”. “Trata- se de uma organização horizontal, com a participação de dezenas de instituições do município, como a Misericórdia, o Hospital, o Agrupamento de Centros de Saúde e as farmácias, para que seja executado um plano que permita
a otimização máxima de recursos públicos e permita aos mais desfavorecidos um conjunto de cuidados que, de outro modo, não seria possível, como cheque dentista, vacinas, medicamentos e consultas de especialidade”, explicou. O autarca ainda equaciona estender o PMS “ao concelho da Trofa”, mas, “para já”, limita-se ao município tirsense.
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