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Famalicão rejeita competências sem garantias

Jornal do Ave

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“Porque se tratam de tarefas e não de competências e ainda por cima desacompanhadas das indispensáveis garantias para a sua execução”, a Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão vai recusar assumir em 2019 a transferência das competências para as autarquia locais veiculadas pelos 11 diplomas sectoriais publicados.

A proposta para a não aceitação das competências propostas pelo Governo por parte de Vila Nova de Famalicão faz parte da agenda de trabalhos da próxima reunião do Executivo Municipal, agendada para quinta-feira, 10 de janeiro, e deverá ser aprovada pela maioria que suporta a coligação encabeçada pelo presidente da Câmara Municipal, Paulo Cunha.

“Uma questão de coerência connosco próprios, mas acima de tudo de respeito para com a nossa comunidade”, adianta Paulo Cunha, afirmando não poder aceitar que o “Estado despeje tarefas nas autarquias sem lhes garantir as condições para a sua execução”.  Paulo Cunha lembra que a “aprovação da Lei-Quadro de Descentralização aprovada no ano passado, pressupunha a aprovação dos decretos-lei sectoriais e os envelopes financeiros associados a cada autarquia com a identificação das verbas por área de competências, o que ainda não aconteceu de uma forma clara e objetiva, para além de ainda não terem sido promulgados todos os diplomas previstos”.

“Pedem-nos que passemos um cheque em branco, o que vai contra os mais importantes princípios que temos que respeitar enquanto autarcas. O compromisso que temos para com a nossa comunidade é da máxima responsabilidade e aceitar estas tarefas nos moldes em que nos são propostas seria uma irresponsabilidade da nossa parte”,acrescenta o autarca famalicense.

“Defendemos a descentralização de competências há muitos anos e estamos perfeitamente cientes que as autarquias locais reúnem todas as condições para fazer um trabalho de proximidade e de rigor com mais e melhores resultados para a população do que tem acontecido até agora com uma administração publica demasiado centralizadora, mas numa matéria tão importante, não podemos entrar no jogo do faz de conta.”  

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As competências em causa nos decretos-lei que o município vai recusar para já são multissectoriais e abrangem domínios como as vias de comunicação, estruturas de atendimento ao cidadão, habitação, património imobiliário público, justiça, apoio aos bombeiros voluntários e estacionamento público.

Quanto às competências de natureza intermunicipal, que prevê a transferência para as entidades intermunicipais, o município famalicense remete para a Assembleia Municipal a decisão quanto à sua aceitação, conforme decorre da legislação. Estão neste lote competências como o domínio da promoção turística, justiça, projetos financiados por fundos europeus e programas de captação de investimento e apoio às corporações de bombeiros.

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