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Santo Tirso

“Quero acabar com as ruas em mau estado”

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Marco Cunha foi eleito o primeiro presidente da União de Freguesias de Vila Nova do Campo, que nasceu da agregação de S. Martinho do Campo, S. Salvador do Campo e S. Mamede de Negrelos. Em mais de três anos de mandato, fez um referendo, mudou o nome à figura administrativa da freguesia e pagou uma dívida que diz ter sido superior a 96 mil euros. Ao JA, fez uma entrevista de balanço de mandato em que revelou intenção de se recandidatar e do sonho de ver nascer na freguesia um auditório.

Jornal do Ave (JA): Passou de uma freguesia com pouco mais de dois mil habitantes para uma união de freguesias com mais de sete mil. Uma realidade completamente diferente daquela que encontrou em Vila Nova do Campo.
Marco Cunha (MC): Completamente diferente. Para além do número de residentes, a União de Freguesias tem características completamente diferentes de S. Mamede de Negrelos. Na altura em que discutia a agregação, eu questionava-me como é que era possível agrupar freguesias rurais com freguesias urbanas.

JA: Como é se gerem, então, realidades tão diferentes?
MC: Por exemplo, em termos de arruamentos, S. Mamede de Negrelos, pelo declive do território, qualquer obra que queiramos fazer lá exige-nos uma despesa muito maior do que em S. Martinho do Campo, onde o terreno é muito mais plano.
Eu, que fui contra a agregação de freguesias, reconhecia que os únicos elementos comuns eram a partilha do centro de saúde, dos bancos e do facto de o pároco estar nas três localidades.
Mas há a necessidade de as populações de S. Mamede e de S. Salvador se deslocarem para S. Martinho do Campo, onde está a sede da União de Freguesias. Durante um ano, ainda fiz atendimentos em cada localidade, mas as pessoas deixaram de aparecer lá, porque vinham a S. Martinho à feira ou ao banco e aproveitavam que tinham a Junta de Freguesia aberta todos os dias.

JA: As pessoas já aceitaram a União de Freguesias ou ainda há resistência, pelo menos à designação de Vila Nova do Campo?
MC: Esse será o maior problema e, com toda a sinceridade, estou curioso com os resultados eleitorais e até que ponto os conseguirei analisar através dessa questão. Eu acho que a mudança do nome pode até penalizar-me, porque as pessoas não perceberam que a freguesia mudou de nome e passou a chamar-se União de Freguesias de Campo, (S. Martinho), S. Salvador do Campo e Negrelos (S. Mamede). O que pretendemos foi encurtar essa designação e criar uma nova para a nova figura administrativa. Porque continuam a haver atividades espalhadas pelo território e continuamos a referir-nos a S. Salvador do Campo, a S. Mamede de Negrelos ou a S. Martinho do Campo. Por exemplo, já vi em cartazes referirem-se ao salão paroquial de S. Martinho como sendo de Vila Nova do Campo e não está correto, porque essa designação é só para efeitos administrativos.
O referendo foi um processo difícil, que assumi, e hoje mantenho a mesma opinião. Daqui por uns anos, as pessoas que, mesmo hoje estão contra, se calhar vão-me dar razão e vão perceber que foi o melhor que podíamos ter feito.

JA: O edifício sede da Junta de Freguesia foi renovado, até para receber novos serviços.
MC: Sim e a renovação tem muito que ver com a agregação de freguesias. Se não tivesse existido esse processo, hoje, S. Martinho do Campo, isolado enquanto junta de freguesia, não teria um espaço destes como o que podemos ver nem prestaria os serviços que presta aos fregueses não só da União, como a outros de fora do concelho de Santo Tirso.
A criação deste espaço foi uma mais-valia. Já tínhamos pretensões, quando cá chegamos, de transformar o espaço mais amplo para os serviços que tínhamos. Surgiu a oportunidade, através da AMA, que protocolou com a Câmara Municipal os Espaços do Cidadão e nós agarramos a oportunidade e demonstramos a força de uma União de Freguesias. Se calhar, se tivéssemos as freguesias separadas, S. Martinho tinha poucos mais habitantes do que Vilarinho ou Roriz e seria normal que o Espaço do Cidadão fosse colocado em Vilarinho, que está no extremo desta zona nascente do concelho. Com a agregação, tivemos mais músculo para colocar aqui este serviço.
Neste local temos ainda a funcionar o Gabinete de Inserção Profissional e, às quartas e sextas-feiras, a Segurança Social, uma nova valência que conseguimos trazer para cá antes que ela fugisse da freguesia. E tal é a afluência que estamos a pensar criar uma sala para permitir um atendimento mais personalizado.

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JA: Apesar de ter protocolos celebrados com as entidades, a Junta de Freguesia acaba por assumir custos?
MC: Assume custos e prejuízos. As freguesias são mesmo o parente pobre do Estado. Apenas com o dinheiro que o Estado atribui através do Fundo de Financiamento das Freguesias (3F’s), a Junta não sobreviveria. Nem esta nem muitas outras. E falo apenas da gestão normal de limpar as ruas, tratar dos cemitérios e ter o edifício da Junta a funcionar. Por isso é que nós somos vistos, muitas vezes, e passo a expressão, como pessoas de andar de mão estendida à espera que a Câmara nos ajude, porque depois vêm estes serviços para cá, como os CTT, que temos na Junta de Freguesia e que nos dá um prejuízo anual de sete mil euros. Dinheiro esse que podia ser investido em infraestruturas, mas entendemos que é um bom serviço que prestamos à população e por isso é que o mantemos.
Felizmente, conseguimos rever o protocolo com os CTT e já desde o dia 1 de janeiro nos dão uma componente fixa que vai corrigir, um pouco, essa situação.
Já o Espaço do Cidadão, em 2016, libertou para o orçamento da Junta 200 e poucos euros. E não está nenhum funcionário associado, porque senão o prejuízo seria similar ao dos CTT.

marco cunha

JA: Qual foi o maior desafio que teve quando assumiu a gestão da União de Freguesias?
MC: Por si só, já era desafiante gerir uma agregação de freguesias, agora a terceira maior freguesia do concelho. De facto, tudo era muito aliciante, mas depois tivemos de inverter muitos dos nossos sonhos e projetos, porque o maior desafio, com o qual não contávamos pelo menos pela dimensão, foi a questão da dívida que encontramos em S. Martinho do Campo. Com a agregação de freguesias, a transição do executivo foi pacífica e até houve transição de saldo de S. Mamede de Negrelos e S. Salvador do Campo para a União de Freguesias. Em S. Martinho não houve qualquer passagem de testemunho, de documentação e muito menos de contas e no dia 21 de outubro de 2013, quando dei entrada na Junta de Freguesia como presidente é que reparei que havia um buraco financeiro.
Às vezes acusam-me de estar sempre a falar da dívida, mas sem dúvida que ela foi o maior entrave que tivemos. Aquando das comemorações dos mil dias de mandato, por coincidência, também acabamos de pagar o último montante respeitante da dívida. E então reparei que, durante esse período, era como se todos os dias tivéssemos de pegar em 96 euros para pagar os 96 mil euros de dívida.
Já há quem pense que, se conseguimos pagar em mil dias, que não foi tão difícil quanto isso. Mas é bom que as pessoas percebam que conseguimos porque houve uma agregação de freguesias. É bom que as pessoas saibam que a Junta de Freguesia de S. Martinho, no anterior executivo, recebia dos 3F’s cerca de 44 mil euros. Ou seja, para a pagar, naquela situação, teria de estar dois anos com as portas completamente fechadas, sem pagar a funcionários e aos eleitos locais, nem ter a capela mortuária a funcionar.
Por isso, a agregação ajudou, aliás, até para que no dia em que entramos na Junta de Freguesia conseguíssemos pagar os dois vencimentos em atraso dos funcionários.

JA: E nessa altura ponderou demitir-se…
MC: Sim. Nesse dia 21 de outubro, reuni com os funcionários logo às oito da manhã e apercebi-me da tal questão dos salários em atraso e garanti-lhes que nesse dia lhes pagaria pelo menos um vencimento. Foi o que fizemos com o dinheiro que veio das outras freguesias. Depois, logo a seguir, fui reunir com a assistente técnica que era da Junta de Freguesia de S. Martinho e ela apresentou-me um calhamaço de documentos e faturas para pagar de 72 mil euros e que nem conseguia lançar porque não havia cabimento. Eu como vinha habituado a um orçamento bem mais pequeno, porque era de uma freguesia bem mais pequena, achei que iria ter quatro anos a trabalhar só para pagar a dívida. Pensei para mim mesmo o que é que iria estar aqui a fazer, porque não foi para aquilo que fui eleito e não iria cumprir o meu manifesto. Equacionei demitir-me e forçar novas eleições, porque, mesmo candidatando-me, poderia ir com um novo propósito de pagar a dívida. Reuni com os meus colegas do executivo nesse mesmo dia, analisamos o problema friamente e concluímos que crescemos nas dificuldades e que era um novo desafio que tínhamos de encarar e explicar à população. Sou acusado de falar muitas vezes disto, mas eu tenho de falar, porque fomos penalizados com esta situação.

Em S. Martinho do Campo, a Avenida Manuel Dias Machado foi uma das mais significativas. Para breve está o início da obra para criar o novo espaço da feira semanal.

JA: E uma das obras mais icónicas que conseguiu fazer foi a requalificação da Avenida Manuel Dias Machado?
MC: Sim. No dia da inauguração da primeira fase, recordei que no dia da vitória nas eleições, eu fui a pé desde a Junta até à sede de campanha, que era no topo da Avenida, e tive dificuldades em andar no piso irregular. Então, disse para mim mesmo que esta tinha de ser a primeira obra no meu mandato. Propus isso mesmo à Câmara Municipal e o presidente entendeu as nossas dificuldades e deliberou a sua execução.
A outra fase, que só não começou por uma causa maior que é a feira, vai iniciar muito brevemente.

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JA: Há um terreno perto da Junta de Freguesia não tem qualquer representatividade no território, mas vai resolver um grande problema.
MC: Sem dúvida, vai resolver um grande problema. Vamos tirar os feirantes da Avenida e colocá-los neste terreno, onde irá nascer o novo espaço da feira semanal e multiusos. O projeto está mesmo desenhado para que funcione como espaço de feira às quartas-feiras e nos outros dias sirva de parque de estacionamento.
Além disso, queremos também que, em dias de jogos da Associação Recreativa de S. Martinho, a casa de banho que serve os feirantes também sirva para esta zona da bancada do estádio que está mesmo ao lado. E, se for entendimento da associação, criar também um acesso para a equipa adversária.

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JA: Qual é foi o feedback que recebeu dos feirantes relativamente a esta obra?

MC: Estão curiosos e a pergunta que me fazem é quando podem vir para cá. Nota-se que se está a fazer alguma coisa, até pela demolição do antigo edifício que existia, e eu tenho a expectativa que a obra se inicie no decorrer do próximo mês. Está dentro do prazo que transmitimos aos feirantes, aquando da apresentação do projeto, que é para ver se em agosto podemos transferi-los para aqui.
A garantia que temos é que todos cabem neste espaço, mas é evidente que os feirantes querem todos os melhores lugares e mais espaço e eu tenho sensibilizado para essa questão. Os espaços vão ser criados através de módulos de 2,5 metros e cada feirante pode ter dois ou três se preferir. Estamos certos que, não só os feirantes, mas toda a população que se dirige ao centro da freguesia vai ficar muito mais bem servida com a criação deste espaço.

JA: Há mais alguma obra realizada em S. Martinho do Campo que queira destacar?
MC: Em S. Martinho do Campo, à exceção de uma rua que está em terra e que se calhar até ao final do mandato vamos lá intervir, praticamente não existem vias nessas condições. E esse é um dos focos principais da Junta de Freguesia, que é pavimentar todas as ruas e dar o mesmo direito a todas as pessoas.
Está a decorrer, também pela parte da Câmara Municipal, uma requalificação da Rua Manuel de Sousa Oliveira, desde o centro de saúde antigo até uma zona industrial. E há uma parte da ligação entre a VIM e S. Salvador do Campo, que está em paralelo e que vai ser asfaltado. Depois, julgo que ainda este ano, a ligação com S. Mamede junto aos prédios cor de rosa até ao extremo da freguesia, que liga com Roriz, perto da Fábrica do Machado Almeida, vai ser repavimentada.

A ligação da Travessa da Quelha e Rua de Marecos foi uma das intervenções mais importantes feitas em S. Salvador do Campo. Além desta obra, naquele território Marco Cunha falou do amigo e “braço direito” na Junta Jorge do Paço, falecido recentemente.

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JA: Em S. Salvador do Campo também existiu obra?
MC: Sim, uma obra que, tal como o presidente da Câmara disse na inauguração, tem pouco valor monetário, mas que facilitou, e de que maneira, a população de S. Salvador e também a de S. Mamede de Negrelos, que queira aceder à Via Intermunicipal (VIM) ou a outros locais como a Igreja e o cemitério. Para aceder à VIM já não é necessário utilizar a estrada municipal, que tem muito mais trânsito e está a precisar de uma requalificação. Com esta rua, o acesso faz-se com menos 800 metros de distância.
A questão da iluminação está a ser resolvida e brevemente estará a funcionar. O início desta obra também foi condicionado pelas dificuldades que tivemos de alargamento dos acessos às ruas que já estavam construídas. Para quem vem da zona de Marecos, vamos começar a obra de alargamento e pôr uma faixa de rodagem com mais de cinco metros e na saída perto da Igreja é mais difícil porque existem dois ganchos, mas estamos a estudar a possibilidade de podermos alargar para ficar mais condizente com esta via fantástica que se criou e num espaço tão bonito e num ambiente mais rural, com uma grande zona de estufas e produção de vinho.

JA: Há um projeto que S. Salvador aguarda que é o polo da Cooperativa de Apoio à Integração do Deficiente (CAID).
MC: É um projeto que vai dar utilidade à Junta de Freguesia de S. Salvador do Campo, que foi inaugurada há pouco tempo e que deixou de funcionar com a agregação de freguesias. Aquele edifício, pelo espaço que tem, encaixa que nem uma luva nas ocupações que a CAID tem. Pena é que a Segurança Social (SS) não tenha aprovado o primeiro projeto apresentado, senão já poderia estar a funcionar. A SS exigiu uma série de alterações, portanto é um projeto maior, aponta-se para um investimento na ordem dos 700 mil euros, que só deverá ser concretizado em 2018.

JA: Tem apenas só um mandato em Vila Nova do Campo, mas já passou por várias experiências e uma delas foi a perda do seu “braço direito”, Jorge do Paço, que era de S. Salvador.
MC: Exatamente. Muitas vezes lembramo-nos do Jorge durante o dia. Era um amigão. Nós, políticos, quando compomos uma lista, procuramos ir buscar pessoas que tenham alguma notoriedade. Apercebi-me que o Jorge, aqui em S. Salvador, era muito mais que isso. O Jorge era quase como uma agência de contabilidade móvel. As pessoas confiavam-lhe toda a documentação que era necessário tratar. E ele não tinha nenhuma empresa. Era apenas prestável. Ele foi, sem dúvida, um valor acrescentado à equipa.
Agora temos de nos habituar a esta ideia de não o ter presente. Ele deixou-nos um legado e um dos mais valiosos foi o sorriso dele. O exemplo da luta que ele deu ao “bichinho”, como ele lhe chamava, fica connosco. Qualquer coisa que a gente fizer, o Jorge estará lá.

Em S. Mamede de Negrelos, o presidente da Junta mostrou a obra numa rua que ficou mais cara ao orçamento do executivo e que serve cerca de dez habitações. Marco Cunha justifica que “todos pagam impostos” e “merecem ter acessos condignos”.

JA: S. Mamede de Negrelos é território muito peculiar e tem problemas peculiares. E um deles foi resolvido e era este.
MC: Esta rua era daquelas que chegou a ser notícia na rádio. Até hoje foi a obra que nos ficou mais cara no orçamento, cerca de 52 mil euros. E só foi possível fazer estas intervenções com a ajuda da Câmara Municipal, que neste mandato decidiu transferir uma verba de capital que à nossa União de Freguesias são 44 mil euros anuais e que nos permite fazer este tipo de obra.
Foi com esse subsídio que conseguimos resolver os tais problemas que estavam encravados há muitos anos. Houve momentos em que, por causa da chuva, os moradores ficaram retidos nas suas casas.
O importante não é dizer que estamos a fazer grandes obras, mas o que nos interessa é resolver os problemas das pessoas.

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JA: Mesmo que sejam poucas. Esta rua serve quantas casas? Nove, dez casas?
MC: Sim, aproximadamente dez casas, cerca de 30 pessoas, mas como eu costumo dizer, também pagam o imposto tal como as outras e têm direito a ter o acesso à sua casa condizente com a sua freguesia. Muito brevemente, vai arrancar uma obra na zona da freguesia oposta a esta, que confronta com Roriz, na Rua Luís Machado do Arão e esse será o maior investimento do orçamento da Junta, de cerca de 80 mil euros, para servir cinco casas. Mas aquela população para sair de lá tem de ir por Roriz para ter acesso à nossa freguesia.
Esta vai continuar a ser a nossa política, se o eleitorado nos confiar mais um mandato. Estou convencido que iremos acabar com todos estes problemas.

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Passamos ainda por um dos ex-libris de S. Mamede de Negrelos, o Parque do Olival. Por entre o entra e sai de homens e mulheres, Marco Cunha falou da obra imaterial da Junta de Freguesia, como o Parque Ativo, as consultas gratuitas de nutrição e as diligências desenvolvidas para reforçar o número de médicos e pessoal administrativo no Centro de Saúde. O presidente da Junta falou ainda da intenção de se recandidatar às eleições.

JA: Mas o mandato não se faz só de obras de betão, mas também com outras atividades como o Parque Ativo, que foi recuperado de mandatos anteriores e continuou na União de Freguesias. Há aqui alguma preocupação para descentralizar?
MC: Quisemos fazer isso e ainda estamos a trabalhar o conceito. Em 2014, quisemos que o cinema à noite fosse descentralizado a S. Martinho e a S. Salvador, assim como as caminhadas. A ideia de criar o Parque Ativo tem que ver com o espaço fantástico que aqui temos e se tivermos as atividades a decorrer há menos probabilidade de haver estragos.
Entre outras atividades, vamos ter ginástica no parque e um torneio de futsal no ringue que foi requalificado.

JA: Que outras atividades a Junta de Freguesia desenvolve?
MC: São inúmeras ao longo do ano. Na Junta de Freguesia temos exposições, porque desmistificamos a imagem do salão nobre e assim damos a conhecer artistas da terra. Realizamos o passeio anual sénior e este ano vamos para Viseu. E também associadas aos seniores há outras atividades que partem da população. Por exemplo, temos um projeto fantástico, de consultas sociais de nutrição, em que todos os seniores e crianças até aos 12 anos, com risco de obesidade, têm consultas gratuitas na Junta de Freguesia, por iniciativa de duas jovens nutricionistas da terra.
E ainda na saúde, não podemos esquecer que neste mandato se resolveu um problema do Centro de Saúde, que deu muito que falar. A Câmara conseguiu desbloquear o problema e mudou-se para as novas instalações. Nós dizíamos que o principal problema não era esse, mas a falta de médicos e pessoal administrativo e isso está a provar-se. Estamos a fazer diligências no sentido de o ultrapassarmos.

JA: Já manifestou a intenção de se recandidatar para um segundo mandato. Quais seriam as obras que gostaria de ver executadas?
MC: Não escondo que será uma grande desilusão se a população não me confiar mais um mandato. Até porque, em quatro anos, não consegui prestar contas de um ano inteiro tal como defini, por causa da dívida. Espero que a população nos dê mais um mandato livre destes problemas. Tenho uma garantia para dar, seja eu ou outra pessoa que venha, não terá que arrumar a casa ou pagar dívidas, porque há de transitar saldo para o novo executivo. Se for eu e a equipa que me acompanhou e que será basicamente a mesma no processo eleitoral, temos o propósito prioritário de requalificar as vias em mau estado e acabar com as ruas em terra.
Tenho dito que tenho sonhado com um auditório para esta zona nascente do concelho e espero que seja aqui em Vila Nova do Campo. Mas terá que ter outros parceiros para darmos passos no sentido de o concretizar.

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