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CEO da Stelia Aerospace: “Portugal é um destino atrativo para os investidores estrangeiros”

Jornal do Ave

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A STELIA Aerospace vai investir em Santo Tirso, 40 milhões de euros numa unidade de produção destinada à montagem de estruturas aeronáuticas.
A nova filial do grupo francês de aeronáutica deverá empregar cerca de 300 colaboradores em 2023, ano em que a fábrica deverá atingir a velocidade de cruzeiro.

Cédric Gautier, CEO da STELIA Aerospace, fala, em entrevista ao AICEP Portugal Global, deste investimento, do que representa para o grupo que lidera, mas também dos fatores de atratividade de Portugal enquanto destino de investimento estrangeiro, sublinhando o know-how já existente no setor aeronáutico, a qualificação dos trabalhadores e a proximidade às fábricas que detém em França.

A STELIA Aerospace reforçou recentemente a sua capacidade de produção através de um investimento de 40 milhões de euros em Santo Tirso, Portugal. Pode descrever sucintamente os principais aspetos deste investimento?
Para fazer face aos nossos desafios de crescimento do grupo e para consolidar a nossa posição entre os líderes mundiais da aeronáutica, decidimos investir numa nova unidade industrial em Portugal. A nova unidade irá dedicar- -se a atividades de montagem de estruturas aeronáuticas, sobretudo de subconjuntos para o A350 e para a família A320 da Airbus, que serão encaminhadas para as oficinas da STELIA Aerospace de Méaulte e de Rochefort, para aí serem integradas.

Quais as razões que levaram a STELIA Aerospace a investir em Portugal? Quais os fatores que mais pesaram nessa decisão?
Nós operamos num ambiente muito competitivo e, além do mais, em constante evolução. A abertura desta filial detida em 100 por cento pela STELIA Aerospace, em Santo Tirso, vem completar e reforçar a nossa capacidade de produção visando responder aos desafios industriais e económicos dos nossos clientes. A escolha de Portugal foi ditada por diversas razões, nomeadamente pelo conhecimento já existente no setor aeronáutico, que é complementado pela disponibilidade de mão-de-obra com forte potencial, mas também por se tratar de um país-membro da União Europeia e de geograficamente estar próximo das unidades de produção francesas da STELIA Aerospace, o que permite otimizar os fluxos logísticos.

Quais são as próximas etapas?
Iniciada no final do ano de 2019, a montagem da unidade de produção será feita progressivamente, para já num edifício provisório, que passará para um pavilhão definitivo a partir do início de 2021, para atingir a velocidade de cruzeiro em 2023. Entregaremos os primeiros subconjuntos ainda durante o primeiro semestre de 2020. No que respeita aos recursos humanos, a nossa filial em Portugal deverá contar, no final do primeiro ano de atividade, em finais de 2020, com cerca de uma centena de colaboradores para atingir, em 2023, um número aproximado de 300 trabalhadores. O recrutamento dos funcionários para a nossa filial portuguesa já começou!

O que representa este investimento para o grupo STELIA Aerospace?
Esta nova entidade enquadra-se plenamente na abordagem de otimização industrial lançada pela STELIA Aerospace aquando da sua criação em 2015, para desenvolver o desempenho e a competitividade global da empresa. Oferece-nos igualmente a possibilidade de integrar potenciais aumentos de encomendas por parte dos nossos clientes, já que a unidade de Santo Tirso apresenta potencial de crescimento, também para melhor enfrentar os desafios de amanhã, num mundo cada vez mais competitivo.

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Quais são os planos para o futuro da STELIA Aerospace em Portugal?
Num primeiro momento, o nosso objetivo é estabilizar e dimensionar a empresa às metas previstas para, de seguida, irmos crescendo de acordo com as necessidades do grupo.

Pode fazer-nos uma breve apresentação do grupo STELIA Aerospace?
Com 2,4 mil milhões de euros de volume de negócios e 7.100 colaboradores no mundo, dos quais 4.500 em França e 2.600 na América do Norte, Tunísia e Marrocos, a STELIA Aerospace é um dos líderes mundiais no domínio das estruturas aeronáuticas, de assentos para pilotos e de poltronas para primeira classe e classe executiva dos aviões. Para tal, contamos atualmente com cinco unidades industriais em França e oito filiais no mundo: duas em França, duas em Marrocos, uma na Tunísia, duas na América do Norte e, agora, uma em Portugal.

Quais são os principais clientes do grupo STELIA Aerospace?
A nível de produtos de aeroestruturas, temos uma experiência muito relevante na conceção e no fabrico de secções de fuselagem e de asas equipadas para os programas da Airbus, Bombardier e ATR. Em complemento à nossa atividade de montagem, desenvolvemos e produzimos para a Airbus, Boeing, Bombardier, Bell, Embraer, etc., componentes complexos de aeroestruturas metálicas e em compósito, bem como sistemas de tubulação complexos. As nossas poltronas para primeira classe e classe executiva equipam os Boeing e os Airbus de prestigiadas companhias aéreas em todoo mundo como a Air France, Iberia, Virgin Atlantic, Turkish Airlines, Etihad, Singapore Airlines, Thai Airways, Vietnam Airlines, Air Mauritius, China Airlines, Asiana Airlines…
Finalmente, os nossos assentos para pilotos estão presentes em todos os aviões da marca Airbus, bem como noutros aviões comerciais e helicópteros.

Como avalia Portugal enquanto destino de investimento estrangeiro?
Devido à sua localização geográfica, à mão de obra qualificada, ao dinamismo económico do país e às condições de acolhimento oferecidas, Portugal é um destino atrativo para potenciais investidores. Além da atividade industrial ligada aos têxteis e ao setor automóvel, já muito presentes, há aqui potencial para desenvolver outros setores como o da aeronáutica.

E como avalia o desempenho da AICEP no acompanhamento do processo que conduziu à instalação da STELIA Aerospace em Portugal?
O apoio prestado pela AICEP, pelas suas competências e disponibilidade das suas equipas, foi um elemento-chave para a decisão de instalação da nossa empresa em Portugal. Além disso, e este é um aspeto importante, a missão da AICEP não se esgotou na criação da empresa. As suas equipas continuam a acompanhar a nova empresa durante o arranque da sua atividade. É uma garantia de seriedade e uma ajuda preciosa para começarmos nas melhores condições.

Entrevista publicada na AICEP Portugal Global

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