V.N. de Famalicão
Joanense levou “Doutores Palhaços” ao FantasPorto
Os doutores palhaços usam o ‘nariz vermelho’ há 15 anos e para celebrar a data lançaram o desafio ao famalicense Helder Faria, para que captasse através da sua lente toda a história da Operação que tem como missão fazer sorrir e levar felicidade a quem mais precisa. O documentário “Doutores Palhaços” foi selecionado para o FantasPorto e agora vai andar pelo país.
Helder Faria e Bernardo Lopes, realizadores do filme, aproveitaram os 15 anos da Operação Nariz Vermelho para passar para o grande ecrã o trabalho diário destes doutores especiais que invadem os hospitais para atenuar a dor das crianças doentes.
Natural de Joane, Helder viu neste desafio a sua estreia “a nível de documentário” e também um processo de aprendizagem.
Atendendo ao cenário, formaram sempre “uma equipa muito reduzida” que contribuiu para que “o filme prezasse pela sua simplicidade e honestidade”. Acompanharam cinco visitas dos doutores palhaços a cinco hospitais e, realçou Helder, “apesar do ambiente pesado e exausto, a presença deles acabava por realmente aliviar a dor de quem lá está, não só a das crianças e a do corpo clínico” como até a dos próprios realizadores, confessou.
Além de “uma homenagem justa aos 15 anos de trabalho da Operação Nariz Vermelho e de todos os seus intervenientes”, aproveitaram a ocasião “como ponto de partida para contar a sua história, desde a sua fundação até aos dias de hoje, e isto, inevitavelmente, implicaria ir mais além do que as pessoas conhecem hoje da Operação”, asseverou. “O nosso objetivo principal foi sempre o de captar o trabalho dos doutores palhaços de forma verdadeira, sincera e honesta, sem quaisquer artifícios, ensaios, retomas ou encenação. O próprio trabalho deles assenta nesta base e isso teria que ser transposto para o grande ecrã”, acrescentou.
Daqui até ao palco do FantasPorto foi um pulo. Precisamente no dia em que terminaram o documentário submeteram a candidatura ao festival e foram selecionados para a categoria de Cinema Português. “A seleção do filme deixou-me muito feliz, principalmente por vermos um dos nossos objetivos cumpridos. O filme foi exibido em Sessão Especial, no dia de encerramento do festival, e estiveram presentes aproximadamente 110 pessoas, o que para um documentário deste género é bastante positivo”, explicou o joanense, que tinha “uma vontade imensa de mostrar o filme na cidade do Porto, onde filmaram (Centro Materno Infantil do Norte)”.
A reação do público, desvendou Helder, não podia ter sido melhor. “Sinto que o público, pela primeira vez, teve a oportunidade de ver no que consistia este trabalho e isso ficou logo demonstrado nos comentários dos espectadores. Congratularam-nos pelo trabalho desenvolvido, pela sensibilidade e sobretudo pela honestidade com que o tema foi abordado”, acrescentou.
O realizador famalicense espera levar o documentário “ao maior número de regiões do país” e até, quem sabe, além-fronteiras.
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