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Santo Tirso

Homem colocado no exterior da urgência à espera de atendimento

Mulher denuncia a forma como um homem, em suposto estado de embriaguez foi tratado “na receção do hospital” de Santo Tirso.

Jornal do Ave

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Mulher denunciou episódio de um homem, em estado de embriaguez, que foi colocado no exterior do serviço de urgência do Hospital de Santo Tirso, ao frio e com as calças parcialmente despidas. Administração do Centro Hospitalar justifica que homem estava a “incomodar de várias formas os doentes”.

“O facto de o senhor estar embriagado não pode ser usado como uma desculpa para o que se passou”. É desta forma que Sofia Pereira desabafa sobre um episódio que diz ter presenciado no serviço de urgência da unidade de Santo Tirso do Centro Hospitalar do Médio Ave, na noite de 18 de julho.

Naquele espaço como acompanhante do irmão, que havia sofrido um acidente de trabalho e a quem foi atribuída a pulseira amarela, a mulher denuncia a forma como um homem, em suposto estado de embriaguez foi tratado “na receção do hospital”. “Na sala de triagem, atribuíram-lhe a pulseira verde. O que se passou a seguir é, no mínimo, desumano”, refere Sofia Pereira, que acrescenta que “o segurança recebeu ordens para colocar o senhor da parte de fora da urgência, ao frio, só porque estava embriagado e alegando que era uma situação recorrente e que, alegadamente, muitas vezes, ali ia parar embriagado e com algum cheiro do corpo”.
Perante aquela situação, Sofia e outras pessoas que se encontravam no serviço de urgência manifestaram-se “com indignação”.
“Embriagado ou não, este homem não deixa de ser um ser humano e nem de ter direito a um atendimento com o mínimo de humanidade, como todos nós”, sustenta a mulher, que louvou a atitude de “uma bombeira” que, chegada à unidade hospitalar “perto da meia-noite”, “foi ter com o senhor e trouxe-o, novamente, para dentro da urgência, mesmo contra a vontade de quem havia decidido o contrário”.
Contactada pelo JA, a administração do CHMA refere que “o cidadão foi triado (pulseira verde) e encontrava-se alcoolizado, sendo essa a razão da entrada no serviço de urgência” e “dado estar a incomodar de várias formas os doentes presentes no serviço, que necessitavam de tranquilidade e cuidados de saúde, aguardou no exterior até à sua vez de ser assistido”.
“Dentro das instalações não temos conhecimento que se encontrasse ‘com as calças pelos joelhos e partes do corpo descobertas’, mas são situações que não conseguimos controlar no contexto em que se encontrava o cidadão”, acrescenta a administração do CHMA.
Sofia Pereira acusa ainda o segurança de troçar de “uma senhora de 93 anos”, que entrou na urgência com “dificuldade em respirar”. “Perguntei ao segurança que se ria na cara desta mulher e na nossa frente se, caso desse alguma coisa mais grave à senhora, se alguém assumiria responsabilidade? Em menos de cinco minutos, não só esta senhora entrou para receber oxigénio, como lhe alteraram a pulseira amarela para laranja”, contou.
Quanto aos profissionais que se encontravam de serviço – incluindo o segurança –, a administração do CHMA argumenta que “não” tem “recebido queixas da sua conduta junto dos doentes, mas até por diversas vezes o reconhecimento da sua colaboração”.
Sobre aquela noite, Sofia Pereira relata ainda que esperou cinco horas com o irmão, tendo desistido e deslocado a outro hospital. “Estavam lá duas senhoras com a mãe desde as 18h00 da tarde. Viemos embora e elas ainda lá ficaram sem serem atendidas”.
Sobre o tempo de espera, a administração do CHMA referiu que o serviço de urgência daquela unidade “está a funcionar com normalidade, com um atendimento dentro dos padrões de tempos de espera para cada cor da triagem, com um número escalado de médicos que são os considerados necessários para o normal funcionamento do Serviço de Urgência”.

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