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Hospital de Santo Tirso: Ministra garante que gestão não passará para a Misericórdia antes das legislativas

O presidente da Câmara de Santo Tirso, Alberto Costa, anunciou ter recebido da ministra da Saúde, Ana Paula Martins, a garantia de que a transferência da gestão do Hospital de Santo Tirso para a Misericórdia local não ocorrerá antes das eleições legislativas de 18 de maio.
A declaração surge na sequência de uma reunião entre o autarca socialista e a governante, realizada na sexta-feira. Segundo Alberto Costa, a ministra informou que está a ser conduzido um estudo sobre a viabilidade da transferência, cujo resultado apenas será conhecido após as eleições.
Protestos contra a transferência
A posição do Governo foi transmitida num contexto de manifestação popular, em Santo Tirso, contra a saída da unidade hospitalar da esfera do Serviço Nacional de Saúde (SNS). Alberto Costa sublinhou que o estudo em curso pretende esclarecer quais serviços poderão continuar integrados no SNS, após o anúncio feito pelo primeiro-ministro, em dezembro, sobre a passagem da gestão para a Misericórdia.
O autarca destacou que a nova unidade de saúde mental do hospital não poderá ser transferida para a Misericórdia por questões legais. Assim, caso a transferência avance, esse serviço permanecerá sob gestão da Unidade Local de Saúde do Médio Ave, entidade que já administra a unidade hospitalar.
Divergências políticas
Alberto Costa revelou ainda que, caso o Partido Social Democrata (PSD) vença as eleições, a transferência do hospital para a Misericórdia será confirmada. Por outro lado, o secretário-geral do Partido Socialista (PS), Pedro Nuno Santos, prometeu reverter a decisão, caso seja eleito primeiro-ministro.
Preocupações dos profissionais de saúde
Os sindicatos representativos dos profissionais de saúde alertaram para os riscos da mudança de gestão. Alice Jeri, do Sindicato dos Médicos do Norte e da Federação Nacional dos Médicos, destacou que a transição para uma lógica de gestão privada pode afetar os direitos dos trabalhadores e comprometer a qualidade dos cuidados de saúde prestados.
Já Fátima Monteiro, do Sindicato dos Enfermeiros do Norte, salientou que os profissionais que não aceitarem trabalhar sob a nova gestão privada poderão ser deslocados para outras unidades da Unidade Local de Saúde do Médio Ave, criando incerteza sobre as suas condições de trabalho.
Movimento de utentes espera reversão
O Movimento de Utentes do Hospital de Santo Tirso também expressou esperança na reversão da decisão. Rodrigo Azevedo, representante do movimento, argumentou que o Governo, estando em gestão, não tem legitimidade para prosseguir com o processo.
A manifestação, que contou com cerca de 200 participantes, decorreu entre o largo da Câmara Municipal e o hospital, refletindo a preocupação da comunidade com o futuro da unidade de saúde.
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