V.N. de Famalicão
“Queremos uma associação mais leve, mais ágil e mais próxima”
Entrevista a Hélder Filipe Costa, novo presidente da ACIF

Hélder Filipe Costa, novo presidente da Associação Comercial e Industrial de Famalicão (ACIF), define as suas prioridades para o mandato, destacando a importância de ouvir os associados e reorganizar internamente a associação. A aposta na modernização digital, com a criação de um Gabinete de Transição Digital, será uma das principais medidas, visando apoiar as empresas na adaptação às novas exigências do mercado. Costa afirma que a mudança será sustentada, com a implementação de um plano de visitas regulares aos associados e a promoção da autonomia da ACIF.
Jornal do Ave (JA): Que prioridades concretas definiu para os primeiros meses de mandato à frente da ACIF?
Hélder Filipe Costa (HFC): Nos primeiros meses, vamos concentrar-nos em três eixos fundamentais: ouvir os associados, reorganizar internamente a ACIF e lançar as bases da modernização digital. Começaremos por implementar um plano de visitas empresariais, ouvir presencialmente as necessidades dos empresários do concelho e avaliar o estado atual dos serviços da associação. Em simultâneo, daremos início ao diagnóstico digital e funcional da ACIF, para ajustar os serviços às exigências de um tecido empresarial cada vez mais dinâmico e exigente.
JA: O lema da sua lista é “Empreender a Mudança”. Em termos práticos, que mudanças pretende implementar na estrutura e funcionamento da associação?
HFC: Queremos uma associação mais leve, mais ágil e mais próxima. Isso implica modernizar os processos administrativos, promover uma gestão mais transparente e descentralizar decisões, aproximando a ACIF das empresas e dos núcleos industriais. Pretendemos rever o modelo organizativo, definir métricas de desempenho e apostar na digitalização dos associados, para que estejam preparados para responder às novas necessidades do mercado.
JA: Como será feita a aproximação prometida aos associados? Vai haver um plano de visitas regulares ou outros canais de comunicação?
HFC: Sim, haverá um plano sistemático de visitas aos associados, com equipas da direção no terreno. Apostaremos ainda na realização de encontros temáticos regulares, por setor e por freguesia, reforçando a escuta ativa e a coesão entre empresários.
JA: A transição digital dos associados é uma das bandeiras da sua candidatura. Que medidas ou apoios estão previstos para esse processo?
HFC: Vamos criar um Gabinete de Transição Digital, que apoiará as empresas na identificação de oportunidades tecnológicas, na candidatura a fundos e na capacitação das equipas. Trabalharemos em parceria com instituições de ensino e polos de inovação, como forma de garantir acesso a soluções eficazes e economicamente sustentáveis. Além disso, está previsto o lançamento de programas de formação modular e workshops, adaptados a micro e pequenas empresas.
JA: Em que áreas considera que a ACIF tem de se modernizar internamente para melhor servir os empresários do concelho?
HFC: A ACIF precisa de se digitalizar internamente, com sistemas de gestão integrados, processos simplificados e maior capacidade de resposta. A modernização começa na redefinição da missão interna, na aposta em dotar a equipa de ferramentas e na criação de indicadores de desempenho, para garantir que cada serviço entrega valor aos associados. Vamos também modernizar a comunicação institucional, com maior presença digital, conteúdos relevantes e ferramentas para aumentar a produtividade dos associados.
JA: Como pretende reforçar o papel da ACIF junto dos organismos locais, regionais e nacionais?
HFC: A ACIF deve ser ter uma voz ativa e ser respeitada junto das entidades públicas e privadas. Pretendemos reaproximar a ACIF das grandes associações empresariais da região e marcar presença nas principais plataformas de decisão económica. Ao nível local, pretendemos que a relação com a Câmara Municipal e as juntas de freguesia seja de cooperação estratégica, com projetos conjuntos, por exemplo, nas áreas da qualificação, empregabilidade e promoção do território.
JA: O novo mandato será o primeiro com duração de quatro anos. Esta alteração nos estatutos permite-lhe planear com mais ambição?
HFC: Sem dúvida. Um mandato de quatro anos permite implementar projetos estruturantes com continuidade, evitando o ciclo curto de gestão. Esta estabilidade reforça o nosso compromisso com uma mudança sustentada, baseada em resultados e não em ações pontuais. Teremos tempo para avaliar, ajustar e escalar projetos-piloto, garantindo que a ACIF se torna uma entidade de referência, não só local, mas também nacional.
JA: O que retira do resultado eleitoral, nomeadamente da forte mobilização dos associados e da expressiva vantagem sobre a lista concorrente?
HFC: O resultado eleitoral confirma que os associados querem mudança, querem participação, e acreditam no nosso projeto. A forte mobilização é sinal de vida associativa e de que os empresários querem uma ACIF mais ativa e representativa. Encaramos esta vitória com sentido de responsabilidade e humildade, conscientes de que as expectativas são elevadas. Vamos honrar essa confiança com trabalho, proximidade e compromisso com resultados concretos.
JA: Disse querer que a ACIF continue a representar pessoas com rosto e história. Como tenciona manter essa proximidade numa associação com tantos associados?
HFC: A proximidade faz-se com presença no terreno, com resposta personalizada e com uma cultura associativa forte. Cada associado terá uma “porta aberta” na ACIF, seja digital, telefónica ou presencial. Vamos promover uma gestão segmentada por setores e tipologias de empresa, para garantir que cada empresário encontra na ACIF um parceiro à sua medida. A nossa visão é clara: ninguém pode sentir que está sozinho a empreender em Famalicão.
JA: Que setores da economia famalicense considera prioritários para apoio ou intervenção mais direta da ACIF nos próximos anos?
HFC: Famalicão tem uma matriz industrial forte, mas queremos também olhar para o comércio de proximidade, os serviços, o setor agroalimentar, a restauração e o turismo. Estes setores enfrentam desafios estruturais que exigem resposta associativa: da formação à inovação, do acesso a financiamento à dinamização comercial. Estaremos atentos também aos novos empreendedores, apoiando quem cria valor e emprego no nosso território.
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