V.N. de Famalicão
Cortejo Académico trouxe estudantes para a rua (c/ vídeo)
As ruas da cidade de Vila Nova de Famalicão ganharam vida, na tarde do dia 19 de abril. Os estudantes da Universidade Lusíada e da Cooperativa de Ensino Superior Universitário(CESPU) passearam pelas ruas os seus carros alegóricos, num momento que simboliza a chegada de uns, os ‘caloiros’, e a partida de outros, os ‘doutores’.
Miguel Aroso é finalista de Farmácia da Escola Superior de Saúde do Vale do Ave e considera esta atividade “o auge da vida académica”, sendo este o momento de “ relembrar os quatro anos vividos anteriormente de uma forma muito especial” e, por isso, “tem muito significado para todos os estudantes, e para um finalista ainda mais”. Paulo Júnior veio do Brasil há três anos para estudar Engenharia e Gestão Industrial, na Universidade Lusíada. Este ano é finalista e diz ter encontrado uma nova família em Portugal. Uma cartola e muitas bengaladas para dar sorte no futuro. É esta a tradição dos finalistas universitários, uma tradição que Paulo Júnior considera “muito diferente” e que o faz admirar “as pessoas e a cultura portuguesa”. Estes são momentos que Paulo Júnior “nunca mais vai esquecer”. Catarina Lima, presidente da Associação Académica da CESPU, também é finalista e espera que “toda a gente tenha muita sorte, que arranjem empregos incríveis e que sejam todos muito felizes”.
O Cortejo Académico é um momento carregado de emoção para os finalistas, mas para os alunos do 1.º ano da faculdade também é especial. Pedro Cunha estuda Fisioterapia na CESPU e acha que esta atividade é “um espetáculo”, porque se fazem “amigos para a vida”. Vera Oliveira é estudante de contabilidade na Universidade Lusíada e considera o cortejo um momento “maravilhoso”, porque é a oportunidade para se mostrar às pessoas o que se faz “na praxe”. A atividade praxística, para esta ‘caloira’, “não é o que as pessoas fazem dela”.
As ruas famalicenses encheram-se de gente para ver os estudantes desfilar. Diana Ribeiro, de Delães, acha estas atividades “bonitas tanto para a cidade como para os estudantes”. “São atividades enriquecedoras”, acrescenta. A irmã, estudante da Lusíada, também desfilou, e Diana, orgulhosa, assistia na primeira fila. Tal como Cândido Silva, de Nine, pai de um finalista de enfermagem, que acha que o Cortejo é um momento “bonito de se ver”. No final da atividade, as presidentes da Associação Académica da Universidade Lusíada e da CESPU consideraram que “correu muito bem”. “Foi incrível”, disse Catarina Lima, presidente da Associação Académica da CESPU. Foram muitos os cursos das duas instituições que desfilaram pelas ruas da cidade, e no final Enfermagem foi o curso vencedor, conquistando os “250 euros cedidos pela Câmara Municipal”, Fisioterapia ficou na segunda posição e adquiriu como prémio “a barraca do recinto no próximo ano”, e Arquitetura ficou no terceiro lugar do pódio adquirindo “um barril de cerveja”, informou Teresa Queiroz. O Cortejo Académico da Queima das Fitas saiu à rua e fez as delícias de quem desfilou e de quem assistiu.
Um luso-brasileiro com amor a Portugal
No Cortejo Académico de Famalicão, o Jornal do Ave encontrou Paulo Júnior, um brasileiro que se apaixonou pelo nosso país, de tal maneira que já tem nacionalidade portuguesa e pondera ficar por cá. Há três anos deixou a sua terra natal e atravessou o Atlântico para estudar Engenharia e Gestão Industrial, na Universidade Lusíada, em Vila Nova de Famalicão. “As pessoas da faculdade, da praxe e da tuna, aqui, foram a minha família”. Apesar de ser difícil morar longe da família, “a gastronomia, o país e as pessoas” conquistaram Paulo Júnior, que se adaptou “muito rápido”. “No início, eu tive que morar num hotel, depois fui morar com um espanhol e só depois aluguei um apartamento”, confidenciou o estudante. Os pais “querem que continue a morar” em Portugal, e, “apesar de ter muitas saudades da família e dos amigos”, “essa é mesmo uma hipótese”, já que o jovem pondera fazer o mestrado por cá. “Eu acho que agora, só de saber que eu já estou ia ir embora, já estou a ficar com saudades daqui, antes mesmo de sair, então é uma possibilidade muito grande eu ficar”, confidenciou Paulo Júnior.
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