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Maria Lagoa é campeã mundial no Levantamento de Peso Olímpico

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Já “não é uma novidade” para Maria Lagoa sair de um Campeonato Mundial de Master, na modalidade de Levantamento de Peso Olímpico, com uma medalha de ouro. Aconteceu em 2012, na Ucrânia, na categoria de 56 quilogramas, e no dia 2 de outubro, na Alemanha.

A atleta Maria Lagoa, natural de Santo Tirso, conquistou a medalha de ouro na categoria W40 em -53 kg, no Campeonato Mundial de Master, que se realizou no domingo, 2 de outubro. Para a tirsense “é sempre muito bom” e “uma enorme alegria” alcançar este título, que “recompensa” todo “o tempo, esforço e sacrifícios”, como ter que “emagrecer” para disputar no seu peso, tendo passado “um bocadinho de fome”.
Para alcançar a medalha de ouro, Maria Lagoa teve que fazer “três movimentos de arranque e arremesso”, acabando por se superiorizar às suas adversárias. No entanto, a tirsense considera que “não fez nada do que queria”, nem cumpriu o objetivo de “bater os próprios recordes”. “Posso dizer que fiz menos do que faço no treino”, garantiu, referindo que pelas inscrições das atletas sabia que teria hipóteses de vencer.
A tirsense pratica halterofilismo “há 25 anos”, tendo estado parada durante “dez anos”. Maria recorda que quando era jovem estava na Seleção Nacional da modalidade e por isso morava em Lisboa. Mas como a Federação de Levantamento de Peso Olímpico Portugal “estava mal financeiramente”, a atleta teve que “desistir” e voltou para casa. Ainda “pediu para continuar”, mas, conta, “viraram-lhe as costas”. “Tive mesmo que parar e pensar nos meus objetivos de vida. Depois de sair da Seleção deixei de ganhar e de ter dinheiro para pagar as contas e para comer, passei muita fome na altura”, recordou.
“Em 2011” regressou às competições, através de “uma brincadeira” que surgiu com “antigos amigos” que reencontrou. Na altura, descobriram que “a modalidade estava quase a morrer” e então Maria decidiu regressar às provas para “levantá-la não só em Portugal, mas fora do País”. Porém, a tirsense tem-se sentido sozinha nesta luta, uma vez que o clube que “representava até à data e também este ano, o Ginásio Clube de Santo Tirso”, não lhe tem proporcionado “as ajudas, nem os meios e as condições para continuar”. Foi então que decidiu “pedir por favor” ao My Way Fitness & Wellness Center, instalado no Centro Comercial dos Carvalhais, um local onde pudesse treinar. Como o ginásio “não é adequado ao halterofilismo”, Maria teve que “comprar material” para completar o existente do My Way. “O meu aquecimento é montar o estrado e os alongamentos é desmontá-lo, porque eles precisam do espaço e eu estou ali de favor”, denotou.
O futuro é incerto para a atleta, que “não” sabe se vai “continuar” na competição. Além de, este ano, ter deixado “tudo o que mais queria e gostava”, o corpo de Maria já ressente “as mazelas antigas”, tendo tido “muitos meses de enorme desgaste”. “Um mês antes da competição senti mesmo que já estava a precisar um bocadinho de descanso”, declarou, mencionando que tem “algumas lesões” e que neste campeonato “deslocou o ombro”.

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