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A humanização hospitalar também se veste de amarelo
Liga dos Amigos do Hospital de Santo Tirso existe há 37 anos, contribuindo para a humanização dos tratamentos de saúde.
Liga dos Amigos do Hospital de Santo Tirso existe há 37 anos, contribuindo para a humanização dos tratamentos de saúde. Instituição apoia doentes, mas também profissionais de saúde, com a aquisição de diverso equipamento.
Abraçado à missão há 20 anos, Jorge Pinto é aquele que dá o corpo, a alma e o que mais tiver para garantir que da Liga dos Amigos do Hospital de Santo Tirso (LAHST) não sai ninguém sem ajuda ou, pelo menos, uma orientação. Foi assim que se habituou a ser, porque foi assim que aprendeu numa instituição que, tão longe de casa, o fazia viajar do Porto, diariamente, para dar um contributo voluntário de ajudar os doentes daquela unidade.
Nas quatro paredes do pequeno espaço que conserva, a LAHST recebe voluntários, sócios, doentes, profissionais de saúde. Basicamente, o contributo dado pela associação é inversamente proporcional aos míseros metros quadrados daquela sala, que serve de gabinete da direção, receção, balcão de atendimento e sala de reuniões.
Ora, Jorge Pinto conhece aquele espaço como a palma das mãos. A qualquer indício de desorientação sobre o paradeiro de algum documento, não tarda a dar o caminho certo. A saúde sempre foi uma área que o fascinou e pela experiência como voluntário percebeu que dos utentes sempre são solicitados um “ouvido atento” e uma “palavra amiga”. Jorge percebeu que podia matar a dor com amor. A expressão faz título de notícia, uma das muitas que estão nas quatro paredes do pequeno espaço da LAHST no edifício do Hospital. É por lá que Virgínia Soares entra, diariamente, há 37 anos. Fez-se voluntária “sem saber muito bem ao que vinha”, testemunha, e acabou por se sentir útil. Passa por quase todas as áreas em que as batas amarelas dão apoio na unidade hospitalar, mas há uma que a toca, especialmente, que é o espaço do projeto “Vencer e Viver”, através do qual a LAHST apoia mulheres com cancro da mama, através de apoio psicológico e oferta de próteses mamárias externas, soutiens adaptados e próteses capilares.
“É uma fase muito, muito difícil, em que as mulheres estão muito vulneráveis”, conta a voluntária, que reconhece que, apesar de não sarar todas as feridas, principalmente psicológicas, a disponibilidade para ouvir os desabafos das doentes permite que estas fiquem “mais leves”. E do outro lado como é que se fica? “Também é muito difícil para nós. Muitas vezes vamos para casa com estas preocupações. Muitas vezes nos aparecem pessoas conhecidas. Mas estamos aqui para abraçar e dar uma palavra de conforto”, admite.
Mas nem só de palavras e afetos se faz esta associação. Quem se dirige ao Hospital para uma consulta ou recolha de análises, de manhã, encontra sempre um voluntário de bata amarela disponível para lhe oferecer o pequeno-almoço. À tarde, no internamento, os voluntários ocupam-se do serviço de internamento, onde apoiam nos lanches, principalmente junto dos doentes com dificuldades de locomoção.
Ernestina é uma voluntária com atributos que agradam muito os doentes. Cabeleireira de formação, visita o hospital todas as semanas para cortar cabelos e desfazer barbas. “Os doentes quase que fazem fila para que ela os atenda”, contam as outras voluntárias. De pente e tesoura na mão, nota-se em Ernestina o sentido de missão e a clareza de que aquele momento é um raio de luz para quem, muitas vezes, contam dias – e meses – numa cama do hospital.
Liga vive dos sócios
“A nossa principal missão é promover a humanização do hospital”, sublinha Laurinda Osório, presidente da LAHST. Em todos os serviços do hospital há uma bata amarela que espreita, graças aos 40 voluntários que se revezam nos horários. É quase como um trabalho de formiga que mal se vê, mas que faz uma diferença enorme na organização da unidade.
Os profissionais de saúde reconhecem, não fossem eles dos que mais batem à porta da pequena sala da LAHST, diariamente, em busca de apoio na aquisição de algum equipamento médico. Comprados pela Liga, existem por toda a parte, desde o serviço de fisioterapia, passando pelo internamento ou oncologia. As aquisições só são possíveis graças, essencialmente, às cotas dos associados, às quais se juntam apoios pontuais de empresas ou privados.
“Cadeiras de rodas, televisões, equipamentos específicos ou um simples pijama ou chinelos para os doentes. Damos de tudo”, exemplificou Laurinda Osório.
E como a LAHST “vive dos sócios”, há um caminho que tem sido trilhado na procura de divulgar, junto da população, o trabalho feito pela associação. A caminhada Rosa, realizada anualmente em outubro, é uma das ações que serve de chamariz, ao mesmo tempo que visa chamar a atenção da comunidade para a importância da prevenção.
No trabalho de angariação de novos associados, a Liga, sublinha o vice-presidente Pedro Ferreira, conta com “o importante contributo” dos núcleos, grupos de pessoas que atuam em diferentes latitudes dos concelhos de Santo Tirso e Trofa, na cobrança da cota, que tem o custo mínimo anual de cinco euros.
Atualmente, a LAHST tem “entre 1800 a 2000 sócios com cotas regularizadas”, número insuficiente para responder a todas as solicitações de que é alvo para suprir necessidades materiais no Hospital.
Ser associado da Liga dos Amigos
A comunidade pode conhecer mais da Liga dos Amigos do Hospital de Santo Tirso através do sitio da internet, em www.lahst.org, ou da página de Facebook, onde a atividade da instituição é divulgada, diariamente.
Os interessados em tornar-se sócios podem contactar através dessas plataformas digitais, ou presencialmente, na sede, que está aberta todos os dias das 09h00 às 17h00, do lado direito da entrada principal do Hospital.
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