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Associação Setas do Porto quer reacender a modalidade e projetar o sisal para o futuro

Após um período especialmente duro durante a pandemia, a direção que agora assume funções quer reacender a vitalidade da modalidade, reforçar a ligação às equipas do Norte e afirmar o sisal como referência desportiva.

Jornal do Ave

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Com mais de três décadas de existência, a Associação Setas do Porto, sediada em Santo Tirso, prepara um novo ciclo marcado pela renovação e pela ambição. Após um período especialmente duro durante a pandemia, a direção que agora assume funções quer reacender a vitalidade da modalidade, reforçar a ligação às equipas do Norte e afirmar o sisal como referência desportiva. Em entrevista, a ASP revela o caminho percorrido, os desafios que persistem e a visão que orienta o futuro das setas tradicionais.

O sisal é a vertente tradicional do jogo das setas, praticado com dardos de ponta metálica e um alvo fabricado a partir de fibras naturais compactadas, geralmente de agave. Exige precisão, técnica e um elevado controlo emocional, já que a pontuação é manual e cada lançamento depende inteiramente da habilidade do jogador. Por ser mais exigente e autêntico do que as variantes eletrónicas, o sisal é considerado a forma clássica e mais pura da modalidade.

Como é que a Associação de Setas do Porto evoluiu até aos dias de hoje?

A Associação Setas do Porto foi fundada a 1 de setembro de 1993, fruto da vontade de um grupo de jogadores apaixonados pelas setas tradicionais. Desde o primeiro dia, o objetivo foi claro: unir praticantes, promover um espírito competitivo saudável e representar a região com orgulho.

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Ao longo dos anos, a ASP viveu momentos marcantes. E também passou por tempos difíceis. Durante a pandemia de Covid-19, a Associação sofreu profundamente: vários sócios colaboradores — proprietários de estabelecimentos onde muitas equipas jogavam — e jogadores tiveram de alterar rotinas e prioridades, afastando-se inevitavelmente da modalidade. A chama das setas quase se apagou, não por falta de paixão, mas por força das circunstâncias que atingiram todo o mundo.

Hoje, a direção que toma posse tem um compromisso assumido: reacender essa chama, devolver vida ao que a pandemia silenciou e reconstruir com energia renovada à comunidade vibrante que sempre caracterizou a ASP.

Trinta e dois anos depois, mantemos intactos os propósitos que nos viram nascer, mas acrescentamos-lhes inovação, modernização e uma ligação ainda mais profunda à comunidade. Hoje, a nossa missão traduz-se em reforçar o estatuto da ASP como referência nacional, organizar campeonatos, opens e eventos que elevem a modalidade, apoiar equipas e atletas espalhados por vários concelhos do Norte e disponibilizar novas ferramentas que tornem a associação mais atual, mais eficiente e pronta para o futuro.

A Associação tem equipas espalhadas por várias localidades. Como se articula essa rede?

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A ASP é uma comunidade sólida e organizada, com equipas distribuídas por vários concelhos do Norte. Na época atual, a competir na 1.ª Divisão temos Mocidade Alegre de Landim (Landim), Martini’s (Lousada), Os Indecisos (Sangemil), G.R.C. Alvarelhos (Trofa), Razoáveis (Broalhos), Bencontama (Vila das Aves), The Magnificent (Silva Escura) e Team Like a Boss (Arcozelo).

Na 2.ª Divisão, militam Só Razoáveis (Broalhos), Bitocles (Santo Tirso), Café Bonfim (Póvoa de Varzim) e Europa Dardos (Ermesinde). Temos ainda uma equipa feminina, Bencontama Girls, de Vila das Aves.

A articulação entre equipas faz-se com comunicação constante, calendários coordenados e um espírito de cooperação que mantém viva a proximidade entre atletas, diretores e comunidades locais.

Que perfil têm os jogadores que chegam à modalidade?

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Há uma mistura muito rica: jogadores experientes com décadas de prática e novos talentos que chegam curiosos e rapidamente se apaixonam pela modalidade.
As setas são inclusivas e democráticas — qualquer pessoa pode começar a evoluir, a competir e a sentir-se parte de uma comunidade onde imperam o respeito, o companheirismo e o fair play.

Fala-se da importância do cálculo mental, estratégia e concentração. Como se treinam estas competências?

A modalidade, por si só, treina estas capacidades. Cada partida exige raciocínio rápido, gestão emocional, planeamento estratégico e uma concentração quase meditativa. A repetição, os treinos internos nas equipas e os desafios entre atletas acabam naturalmente por desenvolver estas aptidões ao mais alto nível.

E nas comunidades locais, concretamente de Vila Nova Famalicão, Santo Tirso e Trofa, qual tem sido o impacto?

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As conquistas recentes trouxeram grande visibilidade e reconhecimento às equipas locais.
A Mocidade Alegre de Landim (Famalicão), o Bitocles (Santo Tirso) e o G.R.C. Alvarelhos (Trofa) são exemplos de perseverança e competitividade. Cada vitória é celebrada não apenas pela equipa, mas pelas suas freguesias e os seus apoiantes, reforçando o espírito desportivo e aproximando às comunidades.

Há cada vez mais jovens a experimentar a modalidade? Que iniciativas existem?

Ainda não existem formações oficiais, mas esse é um dos grandes objetivos para o futuro.
A ASP pretende criar bases sólidas para atrair novos praticantes, sobretudo jovens, mostrando que este é um desporto completo — que desenvolve disciplina, foco, cálculo mental, estratégia e respeito.

Que desafios enfrentam atualmente?

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Os maiores desafios passam por garantir espaços adequados para treino e competição, conquistar apoios institucionais e reforçar o reconhecimento público da modalidade.
Apesar disso, a união entre atletas, diretores e comunidades tem permitido que a ASP continue a crescer com força e dignidade.

E olhando para o futuro, quais são os próximos passos da ASP?

O futuro é de ambição, renovação e crescimento. Pretendemos continuar a apoiar equipas e atletas, promover novos eventos, fortalecer a imagem da modalidade e expandir a atividade da Associação.

Está em preparação um novo vídeo promocional que irá mostrar atletas, bastidores e toda a energia que nos une. Queremos que cada vez mais pessoas descubram este desporto apaixonante e a comunidade vibrante que representamos.

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