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Santo Tirso

Calendário dos afetos para acabar com maus-tratos na infância

Jornal do Ave

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A Câmara de Santo Tirso e a CPCJ estão a levar a cabo, durante todo o mês de abril, uma campanha que pretende sensibilizar a comunidade para a importância da prevenção dos maus-tratos na infância. A iniciativa arrancou a 1 de abril, nos paços do concelho, com o primeiro dia de um “Calendário dos Afetos”.

“Temos de apostar na prevenção e esta campanha que a Câmara, juntamente com outras entidades, está a promover tem em vista chamar a atenção para o problema dos maus-tratos na infância”, explicou o presidente da autarquia, Joaquim Couto, que destacou ainda todo um trabalho realizado pela Câmara na área da ação social que “ajuda a prevenir situações de risco”. “Sabemos que muitos casos de maus-tratos na infância são reflexo de problemas na área social, como o desemprego, o abuso de álcool, a violência doméstica, ou o abandono escolar. É por isso que temos uma série de medidas sociais no terreno que visam minorar estas questões”, acrescentou.

“Dê um abraço ao seu filho”; “Diga à sua filha que confia e acredita nela”; “Deixe o seu filho escolher uma atividade para fazerem juntos” são algumas das frases que, acompanhadas por ilustrações, compõem o calendário dos afetos. Uma iniciativa promovida pela Câmara Municipal de Santo Tirso e pela Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) dirigida a toda a população.

O laço azul, associado ao tema desde que, em 1989, Bonnie Finney o usou como símbolo da luta contra a violência a que dois netos eram sujeitos, mantém-se em Santo Tirso, mas a ele surge associado o calendário dos afetos. Composto por mensagens chave de sensibilização e partilha de bons momentos em família, será entregue aos alunos do 1.º ciclo.

Além disso, desde 1 de abril, está colocado no edifício dos Paços do Concelho um calendário com dois metros, alertando para a importância da luta pela causa.

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Segundo os dados disponibilizados pela CPCJ de Santo Tirso, as autoridades policiais e os estabelecimentos de ensino são quem mais sinaliza estes casos de maus-tratos na infância, mas os elementos anónimos da comunidade já surgem como a terceira entidade que denuncia.

As situações identificadas no Município estão sobretudo relacionadas com a exposição das crianças/jovens a comportamentos que afetam o seu desenvolvimento, nomeadamente violência doméstica, consumos de álcool e estupefacientes ou conflitos parentais pós-divórcio.

Já os comportamentos de risco adotados pelos jovens prendem-se com consumos de substâncias lícitas e ilícitas, comportamentos graves, antissociais e indisciplina e situações que colocam em causa o direito à educação.
Os mais afetados são os jovens dos 15 aos 17 anos, ainda que dos 11 aos 14 também se registe uma vasta diversidade de problemáticas associadas.

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