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Congresso internacional de terapia da fala junta 400 pessoas na Fábrica (c/video)

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Desengane-se quem pensa que a terapia da fala confina-se ao tratamento de alterações da fala e gaguez. O mundo desta especialidade médica faz convergir muitas outras áreas de saúde e foi para partilhar experiências que a Sociedade Portuguesa de Terapia da Fala organizou o primeiro congresso internacional, que teve lugar na Fábrica de Santo Thyrso.

Cerca de 400 pessoas participaram no evento que tinha como principal objetivo aferir das potencialidades da conjugação de saberes das várias áreas conexas à terapia da fala. “Otorrinolaringologia, pediatria, neurologia e fisiatria, só para falar de algumas, são áreas que têm ligação com a terapia da fala e, por isso, promovemos esta partilha de experiências, através de oradores nacionais e internacionais com intervenções de grande aporte científico e de novas abordagens que vão, sem dúvida, melhorar as práticas do dia a dia”, explicou Ricardo Santos, tirsense e presidente da Sociedade Portuguesa de Terapia da Fala (SPTF).
E até a própria designação contribui para que o entendimento do senso comum seja redutor em relação à área de atuação da terapia da fala. Ricardo Santos explicou que esta especialidade “intervém em todas as alterações de comunicação, sejam elas de linguagem ou fala e não há idade mínima nem máxima para poder receber tratamento”. “Há terapeutas a tratar bebés que sentem dificuldades a deglutir ou a mamar, crianças com dificuldades de comunicação, problemas da voz e de fluência (gaguez) e de aprendizagem, como a leitura ou a escrita”, exemplificou.
Mas há já “uma evolução” no entendimento da sociedade, atestou Ricardo Santos, graças “aos médicos de saúde geral e familiar que têm tido um papel importante para orientar o mais precocemente possível para esses tratamentos”.
O presidente da SPTF explicou que “Santo Tirso já merecia receber um evento desta dimensão”, por reunir “todas as condições”. “O espaço da Fábrica de Santo Thyrso retrata isso mesmo e não passou despercebido aos congressistas”, asseverou.
Para o executivo da Câmara Municipal, “é um orgulho” para o concelho “receber um congresso internacional de uma especialidade tão transversal como a terapia da fala, que envolve várias especialidades, médicas e não médicas e que está a evoluir muito rapidamente”. “Também nos interessa que as pessoas que por aqui passam levem de Santo Tirso uma excelente imagem, que lhes mostremos o que temos de ótimo e de diferenciador relativamente aos nossos competidores diretos da região Norte e depois que venham desfrutar da gastronomia, do turismo e do lazer”, afirmou o presidente da autarquia, Joaquim Couto.

Sociedade Portuguesa de Terapia da Fala
A Sociedade Portuguesa de Terapia da Fala nasceu em 2014 e tem como primeiro presidente da direção Ricardo Santos. O principal objetivo desta entidade passa por promover ou divulgar atividades de investigação científica, que abranjam os diferentes domínios da terapia da fala. Dois anos depois, o responsável destacou “as bases já lançadas do ponto de vista da cooperação com outras sociedades científicas e de abertura ao exterior”. “Cada vez mais o saber não é compartimentado, mas sim partilhado. O crescimento pessoal, profissional e científico faz-se dessa mesma forma, partilhando, discutindo o mesmo problema com várias perspetivas. Espero sinceramente que a próxima direção dê continuidade a este trabalho”, frisou.

“Pelas mudanças sociodemográficas que assistimos, o próprio envelhecimento da população nos leva a pensar em patologias e alterações relacionadas com o envelhecimento, como problemas de comunicação após lesões neurológicas, até aos  problemas de deglutição, áreas em que considero que o terapeuta da fala será necessário”
Ricardo Santos, presidente da Sociedade  Portuguesa de Terapia da Fala

 

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