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Cuidadora informal denuncia falhas na entrega de fraldas para doentes com incapacidade

Unidade Local de Saúde do Médio Ave reconhece que a implementação do novo modelo de distribuição gerou alguns atrasos

Jornal do Ave

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Uma cuidadora informal denunciou atrasos na entrega de fraldas destinadas a utentes com incapacidade e carência económica, no âmbito do novo modelo de atribuição implementado pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS) desde janeiro deste ano. Rosa Maria Silva, que cuida da tia de 94 anos, portadora de um atestado multiusos com 84% de incapacidade e comprovada insuficiência económica, afirma que, desde dezembro, tem sido obrigada a suportar os custos das fraldas, apesar de o direito estar garantido pela nova legislação.

A cuidadora explica que, até ao final de 2024, os produtos de incontinência eram adquiridos pelos utentes, que posteriormente pediam o reembolso ao SNS, através do Centro de Saúde de Santo Tirso. Com a entrada em vigor do novo regime, bastaria uma prescrição médica para que os centros de saúde disponibilizassem gratuitamente as fraldas. No entanto, Rosa Maria Silva denuncia que, apesar de lhe ter sido negada a continuação da prescrição nos moldes anteriores, as fraldas ainda não chegaram aos utentes abrangidos pela medida.

“A meio de dezembro disseram-me que não me iam ser fornecidas mais receitas, porque a partir de janeiro o centro de saúde iria fornecer as fraldas. Passou janeiro, fevereiro, março e estamos quase no final do mês e nada foi entregue”, afirma.

A cuidadora acrescenta que já questionou vários centros de saúde, incluindo Vila das Aves e S. Tomé de Negrelos, mas a resposta tem sido sempre a mesma: não há informação clara sobre o atraso. Em março, foi informada de que as fraldas iriam começar a ser entregues, mas apenas lhe disponibilizaram fraldas-cueca, inadequadas para doentes acamados como a sua tia.

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“A minha tia precisa de fraldas normais, não de fraldas-cueca. Disseram-me que as que ela precisa estão em armazém, mas ninguém sabe quando serão distribuídas”, lamenta.

Rosa Maria Silva, que deixou de trabalhar para cuidar da familiar, afirma que esta situação é injusta, uma vez que a tia sobrevive com pouco mais de 500 euros mensais, utilizados para alimentação, medicação e outros produtos de higiene. “Estamos desde dezembro a pagar fraldas que deviam ser gratuitas”, sublinha.

Segundo a cuidadora, são gastos “entre 30 a 40 euros” de fraldas, mensalmente, dependendo do acesso às marcas mais baratas ou promoções.

ULS do Médio Ave reconhece atrasos na distribuição, mas garante entrega com efeitos retroativos

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Em resposta às questões colocadas pelo JA, o conselho de administração da Unidade Local de Saúde do Médio Ave (ULSMAve) reconhece que a implementação do novo modelo de distribuição gerou alguns atrasos. “As fraldas já estão a ser distribuídas, tendo-se verificado, em algumas situações, atrasos na entrega, em consequência da necessária adaptação dos circuitos e logística associada”, refere a ULSMAve.

A entidade garante, no entanto, que os utentes receberão os produtos referentes aos períodos em que não houve entrega eficaz. “A ULS assegurará que nenhum utente ficará prejudicado pela adoção das novas regras”, conclui.

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