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“Envolvimento do cidadão” é essencial para a construção de uma cidade inteligente

Jornal do Ave

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Criar elementos indutores de comportamentos é condição necessária para a concretização do desígnio das smartcities. Esta foi a premissa defendida na mesa-redonda que juntou representantes de quatro câmaras municipais, no âmbito do Fórum “Pensar as Cidades”, que decorre, esta sexta-feira, no auditório da CESPU.

Para Vítor Moreira, diretor municipal da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, o envolvimento do cidadão na construção de uma cidade inteligente é “procedimento-chave”, o que leva o Município a ter este elemento em conta na estratégia política.

Em Vila Nova de Famalicão, por exemplo, e à luz do plano B-Smart, reflete-se sobre forma mais eficaz de envolver o cidadão na mudança de comportamentos e a “gamificação” é uma das soluções em cima da mesa. Premiar o munícipe pode ser, na ótima do diretor municipal, uma forma de o levar a aceitar a mudança de forma positiva.

Neste âmbito, Santo Tirso utiliza o “exemplo” como elemento indutor de comportamento. Sílvia Tavares, vereadora do Planeamento e Ordenameno do Território daquela autarquia, falou sobre o projeto “Ciclismo Vai à Escola”, como atividade complementar à grande transformação feita na cidade, com a construção de “cerca de 20 quilómetros de ciclovia”, para retirar a hegemonia do carro em ambiente urbano.

“Percebemos que 50 por cento das nossas crianças não sabiam andar de bicicleta. Decidimos apostar nessa capacitação e uma vez por semana, e de forma descentralizada, um elemento do executivo acompanha os alunos na viagem de bicicleta até à escola. Temos de dar o exemplo”, explicou.

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Por sua vez, Sofia Ferreira, vereadora do Ambiente, Ação Climática e Mobilidade da Câmara Municipal de Guimarães, sublinhou que “se não tivermos o cidadão responsabilizado, dificilmente atingiremos objetivos”. A autarca falava a propósito da estratégia do município na “educação ambiental” como veículo imprescindível para responder a um dos grandes desafios das cidades para o futuro: a sustentabilidade. Até porque Guimarães é uma das 100 cidades escolhidas para a “Missão Cidades” da União Europeia, para a concretização do objetivo da neutralidade climática até 2030.

Outro dos grandes objetivos mencionados no debate foi a mobilidade e a forma como as cidades devem gerir o tráfego. Neste aspeto, ressaltou a cooperação intermunicipal, com os projetos da MobiAve, autoridade de transportes rodoviário criado por Santo Tirso, Famalicão e Trofa, e a rede de metrobus que no futuro vai ligar Guimarães e Braga.

A criação de soluções inteligentes, como a sensorização de parques de estacionamento para informar os condutores dos lugares disponíveis é outra das políticas que tem sido seguida pelos municípios, nomeadamente Santo Tirso e Famalicão.

Já Hélder Costa, secretário executivo para o Desenvolvimento Sustentável da Câmara Municipal de Braga, sublinhou a importância de adaptar os procedimentos administrativos ao paradigma das smartcities, para os tornar “menos pesados” e de gestão mais flexível.

Sublinhando que “o tempo dos ‘achismos’ acabou”, Vítor Moreira sublinhou a importância de as cidades terem capacidade de subir o patamar após a recolha dos dados. “O nosso caminho está a ser feito, com a ajuda de um laboratório de cientistas de dados, que trabalha connosco para tentarmos obter conhecimento na análise e cruzamento dos dados e, assim, estudarmos respostas que resolvam os problemas de forma efetiva”, postulou.

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