Santo Tirso
Estudo revela microplásticos no Rio Ave e em outros cursos de água considerados saudáveis no Norte do país
O Rio Ave, um dos principais cursos de água do Norte de Portugal, está entre os rios onde investigadores da Universidade do Minho detetaram a presença de microplásticos, mesmo em zonas ecologicamente preservadas.

O Rio Ave, um dos principais cursos de água do Norte de Portugal, está entre os rios onde investigadores da Universidade do Minho detetaram a presença de microplásticos, mesmo em zonas ecologicamente preservadas. O alerta surge na véspera do Dia Mundial do Ambiente, este ano dedicado ao combate à poluição plástica.
A investigação, liderada pelo Centro de Biologia Molecular e Ambiental (CBMA) da Escola de Ciências da Universidade do Minho, incidiu sobre 15 troços dos rios Ave, Selho e Vizela, tendo sido analisadas larvas de mosquito (Chironomidae) e vermes (Oligochaeta), organismos fundamentais na cadeia alimentar fluvial. “Detetámos microplásticos em todos os organismos das amostras, independentemente da qualidade ecológica do rio”, afirmou Giorgio Pace, autor principal do estudo publicado na revista científica Hydrobiologia.
Segundo o investigador, “este resultado sugere que a presença de microplásticos não está exclusivamente associada à ocupação urbana do solo, podendo também resultar de atividades agrícolas, industriais e domésticas, além de falhas na gestão de resíduos”.
O Rio Ave, com ecossistemas considerados resilientes e capacidade de autorregulação, não escapa à poluição invisível. Os microplásticos, além do impacto físico, funcionam como transportadores de substâncias tóxicas, como metais pesados, que se acumulam nos organismos e podem propagar-se ao longo da cadeia alimentar. “Compreender os mecanismos de acumulação e eliminação de microplásticos é essencial para avaliar os riscos ecotoxicológicos e desenvolver medidas eficazes”, reforça Giorgio Pace.
O estudo integra-se no mapeamento europeu em curso sobre contaminação fluvial e resulta da colaboração com o Laboratório da Paisagem, o Município de Guimarães e a ARNET – Rede de Investigação Aquática. Decorreu no âmbito dos projetos REACTivar, BluePoint e RIPARIANET, este último com financiamento da FCT, da rede Biodiversa+ e da Comissão Europeia, permitindo uma comparação internacional com rios de Itália, Espanha, Alemanha e Suécia.
A equipa defende uma abordagem integrada que combine prevenção e correção, desde a redução do uso de plásticos descartáveis até à instalação de barreiras físicas e melhorias nos sistemas de tratamento de efluentes. A gestão de resíduos sólidos e o controlo de descargas industriais e urbanas são igualmente apontados como medidas prioritárias.
O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente estima que cerca de 11 milhões de toneladas de plástico entrem anualmente nos ecossistemas aquáticos. Sem mudanças significativas, este número poderá aumentar em 50% até 2040. No Dia Mundial do Ambiente, assinalado a 5 de junho, a ONU apela à redução do consumo, à recusa de plásticos descartáveis e a uma gestão mais consciente deste material no quotidiano.
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