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Festival Internacional de Guitarra regressa a Santo Tirso de 18 a 22 de outubro

Após uma pausa de cinco anos, o histórico Festival Internacional de Guitarra de Santo Tirso vai regressar, de 18 a 22 de outubro, com uma programação marcada pela inclusão de novas linguagens artísticas

Jornal do Ave

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Após uma pausa de cinco anos, o histórico Festival Internacional de Guitarra de Santo Tirso vai regressar, de 18 a 22 de outubro, com uma programação marcada pela inclusão de novas linguagens artísticas, em diálogo com o instrumento. Durante cinco dias, a cidade será, assim, nas palavras do diretor artístico, Oscar Flecha, um local de “convergência de artes” em torno de “um evento pensado para ser verdadeiramente cultural”.

A programação da 26ª edição daquele que é considerado um dos mais importantes festivais de guitarra do mundo foi hoje apresentada. Na sessão, o presidente da Câmara Municipal de Santo Tirso, Alberto Costa, sublinhou tratar-se de “um evento que faz parte da identidade coletiva dos tirsenses”.

“Este evento cultural é, pela sua importância e impacto, um património de Santo Tirso”, disse o autarca, acrescentando ter pedido aos programadores apenas uma coisa: “que mantivessem a qualidade como ponto de honra deste festival”, organizado pela Câmara Municipal.

“Ao retomarmos o Festival Internacional de Guitarra estamos a investir na notoriedade de Santo Tirso e a municiar a população de opções culturais de excelência”, acrescentou.

O programa, pensado em torno do tema “Retornos”, arranca no dia 18, pelas 17h30, com a estreia mundial de uma obra musical dedicada a Santo Tirso, da autoria de Johannes Moller, compositor e guitarrista distinguido, em 2010, com o mais prestigiado prémio internacional de guitarra – o Concert Artist Competition Guitar Foundation of America.

Será o próprio guitarrista e compositor sueco a interpretar a sua criação, num concerto que terá lugar na Fábrica de Santo Thyrso, local que irá acolher, em vários dos seus espaços, todos os eventos do festival.

Também no dia 18, pelas 17h45, haverá lugar a uma outra estreia mundial. Trata-se do documentário “A Cidade da Guitarra”, da autoria do realizador e músico Joaquim Pavão. Descrito pela produtora, Isabel Pinto, como uma “viagem” ilustrativa do papel do festival na cena cultural portuguesa e pelas suas transformações ao longo do tempo, esta obra cinematográfica é povoada por entrevistas a guitarristas, comerciantes da cidade e agentes culturais, intercaladas por interpretações magistrais de vários guitarristas ligados à história do festival.

À noite, pelas 21h30, caberá a Tom Ibarra abrir o ciclo de cinco concertos do festival. Apesar da sua juventude, o compositor e guitarrista francês foi já distinguido com vários prémios na área do jazz, somando inúmeras colaborações com alguns dos principais nomes da cena internacional.

No dia seguinte, 19 de outubro, subirá ao palco do festival o Dublin Guitar Quartet, descrito como o primeiro quarteto de guitarra clássica inteiramente dedicado à música original. Os quatro músicos irlandeses têm trabalhado com vários dos principais compositores musicais da atualidade, incluindo uma intensa colaboração com Philip Glass.

A noite de sexta-feira, 20 de outubro, está reservada para os La Chimera, um versátil ensemble constituído por artistas de diferentes nacionalidades, continentes e influências culturais. Em paralelo com projetos inteiramente dedicados à música antiga, o grupo vem criando projetos de fusão, fundindo a música antiga com a moderna, sobretudo o folclore.

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No dia 21, os portugueses Indigo Quintet sobem ao palco, juntamente com o ator galego Quico Cadaval, para apresentarem um espetáculo exclusivo, propositadamente criado para o Festival Internacional de Guitarra de Santo Tirso. Acompanhado pela sonoridade dos Indigo, o artista natural de Ribera, na Galiza, vai expor a sua reconhecida mestria na narração oral de histórias.

A última noite, a 22 de outubro, voltará a “provocar” uma fusão artística, com a atuação do Duo Arsis, um dueto de guitarras, e o improvável improviso da artista têxtil Guida Fonseca. Nos seus trabalhos mais recentes, os portugueses Nuno Jesus e João Robim – que formam o Duo Arsis – têm gravado repertório inédito no meio, com recurso a guitarra clássica de oito cordas, no qual se incluem obras de Shostakovich, Chopin, Debussy e Schumann.

Além dos concertos, o festival irá manter vertente formativa que sempre o caracterizou, com a realização de masterclasses de guitarra clássica, orientadas por Johannes Moller, nos dias 19 e 20.

Dirigida ao público escolar e ao público em geral, João Robim (Duo Arsis) e Guida Fonseca vão, também, orientar a masterclasse “Tecer os Sons”, onde se propõem explorar o que têm em comum guitarras e teares.

Ainda no âmbito da abertura do festival a outras linguagens artísticas, a programação inclui, ainda, uma mostra do Festival de Cinema Ma Beach (Brasil), que acontecerá nos dias 19, 21 e 22 de outubro. Os filmes a exibir abordam assuntos em torno da guitarra e das relações entre música e imagem.

A programação inclui, ainda, um ciclo de Conversas (Des)concertantes. Nestas tertúlias vão juntar-se, no dia 20 de outubro, os Indigo Quintet, Quico Cadaval e José Geraldo, encenador e docente da Universidade de Aveiro.

No dia seguinte, a primeira conversa será sobre imagem e som, com as presenças de António Costa Valente, diretor do Festival Internacional de Cinema de Avanca, Fernando Augusto Rocha, diretor da Aura Studio/Numérica, e do jornalista Mário Augusto. A segunda tertúlia irá juntar os elementos do Duo Arsis e Guida Fonseca.

No dia 22, o ciclo de Conversas (Des)concertantes encerra com uma tertúlia sobre o Festival Internacional de Guitarra de Santo Tirso, debatendo o seu passado, presente e futuro. Sob a moderação de Mário Augusto, estarão à conversa Laura Castro, diretora-regional de Cultura do Norte, Álvaro Moreira, da Câmara Municipal de Santo Tirso, e Oscar Flecha, diretor artístico do festival.

Durante os cinco dias do festival, a Fábrica de Santo Thyrso irá ainda acolher uma instalação de cartografia-in-motion, da autoria da arquiteta e artística plástica Rosinda Casais. Estará, também, patente uma mostra de trabalhos dos alunos da Escola Superior de Media Artes e Design (ESMAD), do Politécnico do Porto.

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