Santo Tirso
Fotogaleria: O que já se pode ver do filme que está a ser rodado na Fábrica do Rio Vizela
A Fábrica do Rio Vizela é o cenário do novo filme de Edgar Pêra. O cineasta escolheu o histórico edifício para dar vida a “Não Sou Nada”, película inspirada nos heterónimos de Fernando Pessoa.
Albano Jerónimo, Victória Guerra, Paulo Pires, Miguel Borges e Miguel Nunes fazem parte do elenco da longa-metragem, que começou a ser filmada já este mês, sem ficar imune às restrições impostas pela pandemia de Covid-19.
O espaço é atrativo para este projeto cinematográfico, uma vez que mantém uma zona de escritórios dos anos de 1920, importante para o cenário da história.
Nos últimos dias já tem sido possível “espreitar” o trabalho que está a ser realizado naquele mítico local, graças a Albano Jerónimo, que tem partilhado com os seguidores da página que tem no Instagram pormenores das filmagens e dos bastidores.
O plano de contingência montado pressupõe que a equipa necessária para fazer o filme faça uma espécie de “quarentena cinematográfica”. “Estamos a tentar encontrar uma solução para levar a produção avante, vamos fechar a equipa toda num hotel entre fim de julho até ao fim de agosto”, explicou à Lusa o produtor Rodrigo Areias, especificando que foram reduzidos os dias de rodagem, mas aumentado o número de horas de filmagem”.
Realizador de “A Janela (Maryalva Mix)”, “O Barão” ou “Cinesapiens”, Edgar Pêra prepara-se para iniciar a rodagem do seu filme mais ambicioso de sempre, depois de as filmagens, previstas inicialmente para a primavera, terem sido adiadas devido à pandemia.
Fernando Pessoa vai ser interpretado por Miguel Borges, enquanto Victória Guerra dará vida a Ophélia, eterna amada do escritor português. Albano Jerónimo dará corpo ao heterónimo Álvaro de Campos.
“O filme passa-se em dois universos. Um é o quarto de Pessoa e a Lisboa dele, os amigos, e toda a realidade do Orpheu. E depois há o mundo imaginário que o Pessoa concebe na sua própria cabeça. Em que ele é um Super Pessoa e, em vez de ter uma Ophélia, tem uma Super Ophélia. Este filme é a materialização de todos os heterónimos de Pessoa que são escravizados pelo Super Pessoa”, explicou, em fevereiro, o cineasta em entrevista ao Expresso.
Fábrica do Rio Vizela
Fundada em 1845, a Fábrica de Fiação e Tecidos do Rio Vizela foi a primeira unidade de fiação do país e uma das mais emblemáticas fábricas da região do Vale do Ave.
Pioneira no processo de industrialização local, no início dos anos 50 a Fábrica contava com 3000 trabalhadores, sendo uma das maiores empresas têxteis da Europa.
A partir de 1990, a empresa viveu sempre em crise, acabando por encerrar a atividade em 2001 e deixando vazios cerca de 9000 metros quadrados de área. Atualmente cerca de um terço do espaço está a ser recuperado por uma empresa especializada em artigos têxteis para hotelaria, que se vai fixar no local.
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