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José de Azevedo e Menezes foi o grande responsável pela fixação da memória de Camilo em Famalicão
Um dos grandes responsáveis pela fixação da memória camiliana, em Vila Nova de Famalicão, José de Azevedo e Menezes, foi homenageado no passado sábado, na sua Casa do Vinhal, na cidade famalicense, com a presença de várias dezenas de pessoas, entre as quais o presidente da Câmara Municipal, Paulo Cunha, o diretor da Casa de Camilo, José Manuel Oliveira, muitos familiares e autores que lhe dedicam o estudo.
Através do lançamento da obra “Correspondência de José de Azevedo e Menezes (1878-1933) Camilo Homenageado”, com introdução, leitura e notas de Emília Nóvoa Faria, o município recordou e homenageou o escritor e genealogista famalicense, no 80.º aniversário da sua morte.
Os imponentes jardins da histórica Casa do Vinhal encheram-se de gente e recordou-se o homem que, em 1915, após o violento incêndio que arrasou por completo a casa onde viveu Camilo Castelo Branco “moveu mundos e fundos” pela recuperação da casa e a sua transformação em Museu. José de Azevedo e Menezes desenvolveu com Camilo Castelo Branco uma relação cordial de amizade motivada pelo tema da genealogia, uma área de interesse comum, e após a morte do romancista presidiu à Comissão Promotora da homenagem póstuma ao grande escritor, tendo sido o primeiro diretor do Museu que foi inaugurado em 1923.
Para a historiadora Emília Nóvoa Faria, a sessão realizada é “uma justa homenagem”. “Famalicão deve a este homem a fixação da memória de Camilo aqui”, acrescentou salientando que “se José de Azevedo e Menezes não tivesse presidido à Comissão depois do incêndio” duvida que “a reconstrução tivesse sido feita”. E explicou: “a avultada soma de dinheiro que era necessária para proceder à recuperação, feita maioritariamente à custa de donativos, era um problema, mas este homem nunca desistiu ele estava apostado em reconstruir a Casa de Camilo, ultrapassando todos os obstáculos”. Isso mesmo destacou o diretor da Casa de Camilo, José Manuel Oliveira, referindo-se ao “trabalho hercúleo que José de Azevedo e Menezes levou a cabo no sentido de tirar das ruinas e do pó a casa que hoje visitamos em S. Miguel de Seide, o que é de facto notável”.
Também o presidente da Academia das Ciências de Lisboa, Professor Doutor Artur Anselmo, afirmou que “o nome de José de Azevedo e Menezes ficará para sempre ligado à sobrevivência da casa camiliana de Seide”, salientando que “se dúvidas houvesse a este respeito, bastariam, para as desfazer, estas cartas perduráveis”. O responsável referia-se à cartas trocadas entre os dois, sublinhando que “são cartas que têm Camilo como figura central e que permitem também “reconstituir o ambiente intelectual que se vivia na altura”. Em relação ao livro apresentado, Artur Anselmo explica que “retoma o título que José de Azevedo e Menezes dedicou a Camilo – “Camilo Homenageado” – em 1920, depois da reconstrução da casa do romancista”.
Por sua vez, o presidente da Câmara Municipal, Paulo Cunha, salientou a justiça da homenagem referindo-se ao “grande contributo que nos deixou na criação da Casa de Camilo”. Mas o autarca foi mais longe e salientou “o papel social, cultural e político de enorme relevância para o concelho de Famalicão”, lembrando as suas funções como “Provedor do Hospital de S. João de Deus e presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão.”
Entre os vários familiares que marcaram presença na cerimónia, o representante Martim Lopes de Azevedo Menezes disse que “a família ficou muito orgulhosa com esta homenagem” e lembrou o lado mais pessoal de José de Azevedo e Menezes seu bisavô. “Foi um homem que ao longo da sua vida sofreu várias deceções. Era monárquico e assistiu à implantação da República; era um católico fervoroso e sofreu com as perseguições feitas à igreja; assistiu à morte de dois dos seus filhos, mas ainda assim soube manter sempre o espírito aberto às novidades e inovações”.
Refira-se que o livro lançado “Correspondência de José de Azevedo e Menezes (1878-1933) Camilo Homenageado” é o primeiro de três volumes a editar pela Húmus com o apoio da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão. As cartas transcritas neste volume e nos dois que serão dados à estampa em 2019 e 2020, integram, na sua maioria, o Fundo de José de Azevedo e Menezes depositado no Arquivo Municipal de Alberto Sampaio, entregue pela Família Menezes em 2015 ao Município de Vila Nova de Famalicão.
Este primeiro volume versa exclusivamente assuntos camilianos, subdividindo-se em duas partes: na primeira apresentam-se as cartas trocadas entre Camilo Castelo Branco e José de Azevedo e Menezes, cujos originais se encontram na Casa de Camilo, e na segunda, as cartas endereçadas ao Senhor da Casa do Vinhal por diversos remetentes, entre os quais António José de Almeida, Alberto Pimentel, António Cabral, Conde de Sabugosa, Eugénio de Castro, Joaquim de Araújo, José Malhoa, Jorge Colaço, Pinho Leal, Raul Brandão e Teixeira Lopes.
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