Crónicas & Opinião
Memórias e História do Vale do Ave | Uma questão de cores. Apontamentos da história dos Bombeiros Voluntários Tirsenses
“Os Bombeiros Voluntários Tirsenses iriam assomar ao dispositivo de segurança daquele concelho e marcar o mundo dos bombeiros em solo nacional. “


O concelho de Santo Tirso teve e tem uma extrema importância na economia e sociedade da época que acabaria por se verter essa importância para o campo político e fazia surgir o seu concelho.
Iria desenvolver o seu tecido económico para patamares de exceção no território nacional no século XX, atingindo momentos de sucesso e constante superação em que era cada vez mais nos seus limites geográficos o berço de muitas indústrias e rapidamente iriam surgir as consequências de toda esse dinamismo, com o movimento associativo a ser pujante e com naturalidade seria dos primeiros concelhos do país a ter o seu corpo de bombeiros.
Uma das minhas vertentes de investigação em história contemporânea é a história do socorro e obviamente por acréscimo das associações humanitária dos bombeiros, assim, nesta crónica são escritas mais umas linhas sobre este tema, para a valorização de quem tudo dá em prol dos outros e pouco recebe de muitos.
A 15 de julho de 1878 a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Santo Tirso via à luz do dia e rapidamente se iria destacar no plano do socorro em Portugal, quando os automóveis eram uma miragem para a maioria dos portugueses eis que naquele corpo de bombeiros já era uma certeza. Como também o facto de ser uma das primeiras associações deste género no país é fator de destaque e que deve ser valorizado.
Este dinamismo económico obviamente que deveria na maioria das situações contribuir para o desenvolvimento da localidade em que estava inserido como também num plano mais lato as suas próprias freguesias, e como não foi uma circunstância de momento no último dia do ano de 1929 iria surgir mais uma corporação de bombeiros no concelho tirsense.
Os Bombeiros Voluntários Tirsenses iriam assomar ao dispositivo de segurança daquele concelho e marcar o mundo dos bombeiros em solo nacional. Fundamentalmente por uma questão de identidade, nomeadamente com a sua cor que faz com que seja neste momento a única corporação em Portugal que não tem carros vermelhos (além das ambulâncias) no seu parque de viaturas. Os Bombeiros Voluntários de Leixões converteram-se ao vermelho, abandonando o verde.
Pela leitura dos vários jornais e alguns apontamentos bibliográficos esta situação pode e seguramente que foi, com quase toda a certeza potenciada com as várias divergências que se faziam sentir na primeira associação humanitária em que num momento decisivo para os Bombeiros de Santo Tirso era discutida a localização do novo quartel que era imperioso de construir para continuar a alimentar o seu crescimento.
Um grupo de elementos deste grupo irá sair em discordância, não seria somente por causa da questão do novo quartel, mas, talvez alimentada por outras problemáticas que afetavam o seu dia à dia.
Ironias do destino, o primeiro quartel desta corporação (Tirsenses) e o quartel dos Bombeiros Voluntários de Santo Tirso ficaram praticamente porta com porta, fazendo com que o Largo Conde S. Bento fosse seguramente um lugar seguro e que a dificuldade das vítimas era em perceber por quem iria ser socorrido.
A nova corporação iria receber o contribuído e o apoio da unidade militar dos Sapadores de Caminho de Ferro que estava localizada naquela fase da história em Santo Tirso e o seu responsável iria ser o primeiro comandante dos Bombeiros Voluntários Tirsenses.
O apoio alegadamente iria ser recebido pela comunidade emigrante tirsense que estaria localizada radicada no Brasil e que não era tão poucos quanto isso e que muitos deles fizeram fortuna, a título de exemplo Albino Sousa Cruz que fundou um dos grupos económicos mais poderosos do continente americano. Essa condição fazia com que os carros fossem amarelos.
Todavia, numa versão mais simplista podemos argumentar que a situação da cor pode ter sido escolhida apenas por uma questão de querer marcar a diferença de forma bem vincada relativamente ao outro corpo de bombeiros existente no concelho.
Os primeiros tempos foram de excesso, em que os operacionais das duas corporações quando chamados a intervir eram comuns os atos de violência, ou então mesmo alguns sustos ou até mesmo acidentes rodoviários na pressa de serem os primeiros a chegarem aos sinistros.
Hoje em dia, ambas as associações desenvolvem o seu trabalho em prol da sociedade tirsense e estão quase as duas a serem centenárias, o que pode ser encarado como um sinal de sucesso destes projetos, como também a grande capacidade de Santo Tirso em alimentar estas associações que é seguramente uma prova do seu grande dinamismo económico.
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