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Municípios assinalam a Revolução dos Cravos
O 25 de Abril é sinonimo de paz e liberdade, graças a um conjunto de homens, que, no dia 25 de Abril de 1974, saiu à rua para derrubar uma das mais longas Ditaduras da História.
De forma a assinalar os 42 anos do 25 de Abril ou Revolução dos Cravos, a Câmara Municipal de Santo Tirso promoveu diversas, nomeadamente a Caminhada da Liberdade e a sessão solene nos Paços do Concelho. Os mais novos não foram esquecidos e, para eles, houve a apresentação da peça “Telefonia de Abril”.
Na segunda-feira, os Paços do Concelho foram o palco da sessão solene das comemorações, onde todas as forças políticas e movimentos independentes com representação na Assembleia Municipal usaram da palavra. Joaquim Couto, presidente da Câmara Municipal de Santo Tirso, declarou que, “infelizmente”, 42 anos depois de Abril, o que se constata é que, “para alguns, apenas o direito à Liberdade ficou inscrito na matriz constitucional que rege o País” e que o “sentido de responsabilidade parece não raras vezes apagado por quem tem o dever de dar o exemplo”. O autarca referiu ainda que o mesmo acontece no concelho, onde “em vez de se discutir ideias e projetos, o debate público faz-se muitas vezes mais em torno da querela política, da calúnia e da crítica sob o anonimato”. “A crítica sem rosto e mesmo a difamação são utilizadas como armas de combate político, o que degrada a Democracia, os valores de Abril e afasta os cidadãos da participação no debate dos assuntos de interesse da comunidade”, completou.
O poder local, constituído pelas Câmaras Municipais e pelas Juntas de Freguesia, foi o tema de destaque do discurso do edil tirsense, que considerou que este era a razão para “o desenvolvimento que se verificou no país nos últimos 42 anos”. “O poder local foi o principal motor de mudança e de crescimento do Portugal democrático. Atrevo-me a dizer que foi o instrumento político ao serviço do País que mais uniu os portugueses. O que vai ser o poder local nos próximos 42 anos?”, questionou.
Para Joaquim Couto “é essencial, entre outras coisas, avançar com a Regionalização administrativa e com a governança multinível, com competências bem definidas e com meios financeiros provenientes do Orçamento do Estado, como acontece em muitas outras zonas da Europa”. “Estou convencido de que, com a criação de regiões administrativas, Portugal iniciaria uma nova fase de desenvolvimento económico e social, reduzindo as assimetrias entre o Litoral e o Interior, ganhando outra capacidade para exigir uma melhor distribuição dos fundos comunitários e valorizando o papel do poder local no serviço de proximidade que presta em nome do Estado às populações”, terminou.
Paulo Cunha apelou ao consenso
O Município de Vila Nova de Famalicão evocou os valores de Abril, tais como a liberdade, a igualdade e a democracia, através da promoção de “um vasto conjunto de iniciativas de grande simbologia”. Um dos pontos altos foi a sessão solene da Assembleia Municipal, com a tradicional intervenção dos vários partidos políticos. Antes disso, assiste-se ao hastear da bandeira ao som do Hino Nacional interpretado pelo Grupo Recreativo e Musical Banda de Famalicão.
O presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, Paulo Cunha, apelou aos partidos políticos para que se unam em torno do bem comum para o concelho. “Como é possível haver tão largos consensos em tantas matérias da nossa sociedade e haver tanta disputa partidária, tanta divergência do ponto de vista político-partidário. Há aqui uma clara desadequação entre aquilo que a sociedade civil quer para o futuro do concelho e a abordagem de alguns partidos políticos. É este divórcio que não ajuda ao fortalecimento da democracia, que não estimula a participação democrática e que não contribui para o desenvolvimento do concelho”, explicou.
O autarca apelava aos consensos nomeadamente em torno da intervenção que deve ser feita da Estrada Nacional 14, uma reivindicação antiga dos empresários, dos municípios de Famalicão, Maia e Trofa e da população, que tem uma solução em cima da mesa apresentada pelo anterior Governo. “É preciso que os partidos políticos não fiquem indiferentes a este projeto que já conseguiu uma esmagadora maioria de apoio dos agentes empresariais, autarcas, as forças da sociedade civil e dos próprios cidadãos. Os partidos políticos não podem ignorar o grande consenso deste projeto que é um desígnio concelhio”, afirmou Paulo Cunha.
Relembrando outros projetos que têm tido a aprovação dos famalicenses, no âmbito da política educativa, social e económica levada a cabo pela autarquia, o presidente da Câmara deixou um desafio aos partidos com assento na assembleia municipal: “Para que abracem de uma forma mais generosa, mais genuína e mais comprometida o futuro de Famalicão”.
Perante uma sala composta na grande maioria por pessoas que viveram o 25 de abril de 1974, o presidente da Assembleia Municipal, Nuno Melo, afirmou que os partidos devem “dar às novas gerações muito mais do que discursos políticos”. “Celebrar Abril é afirmar o estado democrático e neste âmbito os políticos devem ser sérios e imanar democracia”, completou.
O dia ficou ainda marcado pela apresentação de imagens inéditas da revolução nas ruas da cidade. A pelicula, que estava guardada no arquivo dos estúdios da RTP, foi agora resgatada pela autarquia para o domínio público.
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