Crónicas & Opinião
O impacto das urgências hospitalares lotadas: um alerta para o futuro da Saúde em Portugal
O cenário de sobrecarga nos serviços de urgência hospitalar em Portugal, particularmente durante os meses de inverno, não é um fenômeno novo, mas torna-se cada vez mais preocupante. O aumento exponencial de casos de gripe, COVID-19 e outras patologias sazonais tem levado os hospitais a um estado de quase colapso. Este quadro, que já era crítico antes da pandemia, agrava-se com a crescente pressão sobre os profissionais de saúde, que trabalham em condições adversas, e com consequências diretas na qualidade do atendimento aos utentes.
As causas da sobrecarga
Um dos principais fatores que contribuem para as urgências lotadas é o aumento sazonal de doenças respiratórias, como gripe e outras patologias respiratórias, além dos casos de COVID-19 que continuam a surgir. Este fenômeno é amplificado pela adesão insuficiente à vacinação entre os grupos de risco, apesar das campanhas de imunização promovidas pelo Ministério da Saúde. Muitas pessoas ainda não percebem a gravidade das complicações associadas à gripe, subestimando a importância da prevenção.
Além disso, a falta de acesso a cuidados primários desempenha um papel significativo.
A escassez de médicos de família em muitas regiões do país faz com que os doentes procurem as urgências hospitalares para problemas que poderiam ser resolvidos em centros de saúde.
Este desvio de pacientes para as urgências sobrecarrega o sistema e compromete o atendimento de casos realmente graves.
A situação é agravada pela falta de recursos humanos e materiais. O número de profissionais de saúde é insuficiente para atender à crescente demanda, e muitos hospitais enfrentam escassez de equipamentos e leitos. Além disso, os profissionais que permanecem no sistema enfrentam jornadas extenuantes, o que leva ao esgotamento físico e emocional, comprometendo ainda mais a qualidade do atendimento.
Consequências para os pacientes e profissionais de saúde
A superlotação das urgências tem consequências graves tanto para os pacientes quanto para os profissionais de saúde. Para os doentes, a demora no atendimento pode significar o agravamento do quadro clínico ou, em casos extremos, a perda de vidas. As longas horas de espera também geram desconforto e frustração, especialmente para os mais vulneráveis, como idosos e crianças.
Para os profissionais de saúde, a pressão constante contribui para altos níveis de stress e burnout. Muitos médicos e enfermeiros relatam sentir-se desvalorizados e sobrecarregados, o que leva à desistência de carreiras no setor público ou à migração para outros países em busca de melhores condições de trabalho. Este ciclo vicioso agrava ainda mais a falta de profissionais e aumenta a dependência de um sistema já fragilizado.
Um apelo para a ação
A situação das urgências hospitalares em Portugal é um reflexo de problemas estruturais mais amplos no sistema de saúde. Embora as soluções exijam investimentos financeiros e tempo, é imperativo agir agora para evitar que o sistema entre em colapso total.
A população também tem um papel importante a desempenhar. O uso consciente dos serviços de saúde, a adesão à vacinação e a adoção de medidas preventivas são passos fundamentais para aliviar a pressão sobre o sistema.
Os desafios são muitos, mas também são muitas as oportunidades para construir um sistema de saúde mais eficiente, acessível e resiliente. A crise das urgências é um alerta que não pode ser ignorado. É hora de agir, com coragem e determinação, para garantir que todos os portugueses tenham acesso aos cuidados de saúde de que precisam, quando mais precisam.
Como ajudar a minimizar a sobrecarga do SNS?
A crise nas urgências hospitalares em Portugal exige a colaboração de todos. Aqui estão algumas medidas práticas para aliviar a pressão no Serviço Nacional de Saúde (SNS):
Antes de se dirigir a uma urgência hospitalar, avalie se o problema pode ser resolvido no centro de saúde ou com uma consulta de rotina. Utilize a linha SNS 24 (808 24 24 24) para receber orientações.
Adira à vacinação: A vacinação contra a gripe e a COVID-19 é essencial para prevenir complicações graves e reduzir o número de internamentos. Proteja-se e ajude a proteger os mais vulneráveis.
Adote medidas preventivas: Lave as mãos regularmente, use máscara em locais lotados e ventile os espaços fechados.
Cuide da saúde no dia a dia: Mantenha uma alimentação equilibrada, pratique exercício físico e durma bem para fortalecer o sistema imunológico.
Respeite e valorize o trabalho dos médicos, enfermeiros e restantes profissionais de saúde. Evite atitudes hostis e colabore durante o atendimento.
Hugo Miguel Sousa
Enfermeiro
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