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Oficialmente escritores no Dia da Criança (C/ Vídeo)

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“No céu, um anjo passeava pelas nuvens brancas e fofas. De repente, apareceu uma pessoa. Um homem alto e musculado, que perguntou ao anjo: ‘Podes ajudar-me?’” É assim que começa a obra-prima literária da turma 4.º D da Escola Básica de Requião. “A queda de um anjo” é um dos quatro contos que dão corpo ao livro “És um anjo”, que nasceu do ateliê de escrita criativa promovido pelo Serviço Educativo da Casa de Camilo, em Vila Nova de Famalicão.
Cerca de 80 crianças do 4.º ano das Escolas Básicas de S. Cosme, de Vila Nova de Famalicão, de Cruz, de Louro/Mouquim e de Requião deram asas à imaginação, inspiradas pelo livro de Camilo Castelo Branco “A queda de um anjo”, editado há 150 anos. O resultado final, que resultou num livro também ilustrado pelos mais novos, foi apresentado na Casa de Camilo, em S. Miguel de Seide, no dia 1 de junho.
Para a elaboração dos contos, os mais pequenos contaram com a ajuda do escritor Pedro Chagas Freitas. Lara, com dez anos e aluna da escola do Louro, foi uma das que ajudou a escrever a história “de um anjo que encontrou uma nuvem anã”.
O colega de turma, Marco, 9 anos, sabia que os contos tiveram como fio condutor a obra de Camilo Castelo Branco, a quem intitulou de “grande escritor português”. “Já conhecia” o autor, mas confessou que o passou “a conhecer melhor a partir desta atividade”.
Já a professora Carla Oliveira considerou o projeto “muito interessante” pela “forma muito criativa de abordar a escrita, uma área muito difícil de desenvolver com as crianças”. “As crianças vão escrevendo a partir de jogos, ganhando pontos. Tudo é-lhes apresentado como um desafio e vão escrevendo sem, propriamente, eles saberem e sem que isso lhes seja pesado”, frisou.
Este projeto da Casa de Camilo já existe há uma década e já envolveu cerca de mil crianças. “É uma iniciativa muito meritória do ponto de vista da formação e da criação de bons hábitos de leitura. São estes projetos que devem ser acarinhados e estimulados. Faço um balanço francamente positivo desta iniciativa, que é igualmente sufragado pelos muitos professores envolvidos”, afiançou Paulo Cunha, presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão.
Para o autarca, esta é também “uma forma de sedimentar a presença de Camilo e da sua obra no concelho de Famalicão”.
O diretor da Casa de Camilo, José Manuel Oliveira, anunciou que a obra camiliana que será explorada na próxima edição do atelier é “A Bruxa do Monte Córdova”.

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