V.N. de Famalicão
Paulo Cunha recebeu jornalistas do Vale do Ave no Parlamento Europeu (c/ vídeo)
O famalicense Paulo Cunha recebeu, no Parlamento Europeu, a comitiva da qual fez parte o Jornal do Ave e conversou sobre alguns assuntos que o têm ocupado.
A cumprir mandato no Parlamento Europeu desde 16 julho, Paulo Cunha atribuiu aos jornalistas da região do Vale do Ave a primeira visita patrocinada como eurodeputado. Em Bruxelas, o chefe da delegação do PSD justificou a decisão com a vontade de aproximar dos portugueses o trabalho feito no coração da Europa.
O famalicense Paulo Cunha recebeu, no Parlamento Europeu, a comitiva da qual fez parte o Jornal do Ave e conversou sobre alguns assuntos que o têm ocupado, dando ainda oportunidade aos profissionais da comunicação de conhecer de perto o funcionamento do Parlamento, incluindo o gabinete do eurodeputado, as galerias do hemiciclo e uma das salas de reuniões das comissões parlamentares.
Paulo Cunha é o primeiro eurodeputado português, neste mandato, com um regulamento aprovado pelo Parlamento Europeu e Conselho. A proposta pressupõe a alteração de uma diretiva que passe a obrigar os nacionais de Vanuatu a emissão de visto no espaço Schengen, devido ao facto de, naquela nação, estarem a ser emitidos os chamados vistos gold e respetiva nacionalidade a investidores estrangeiros, principalmente oriundos da China e Rússia, segundo o famalicense, sem qualquer controlo.
Como membro efetivo da Comissão das Liberdades Cívicas, da Justiça e dos Assuntos Internos, Paulo Cunha tem-se ocupado muito de trabalhar sobre as migrações e a necessidade que defende de, “sem construção de muros”, haver um controlo fronteiriço “mais eficaz”.
O eurodeputado sublinhou a importância de garantir condições de vida dignas para os migrantes, destacando a experiência portuguesa enquanto país acolhedor. “Precisamos de regras que assegurem que quem vem para a Europa tenha acesso a um padrão de vida europeu”, afirmou.
Paulo Cunha explicou ainda que, embora Portugal beneficie da entrada de migrantes para compensar o declínio demográfico, é fundamental implementar políticas que evitem abusos, como condições habitacionais sub-humanas. “Temos condições para receber bem, mas é necessária uma intervenção estatal enérgica para regular os processos migratórios”, acrescentou.
Na Comissão da Indústria, Investigação e Energia, na qual é membro suplente, o eurodeputado tem trabalhado para assegurar maior financiamento para polos tecnológicos em cidades de média dimensão, como as existentes em Portugal. O famalicense reconhece que o setor industrial europeu enfrenta desafios devido à concorrência global, particularmente de países como China e Índia.
“A concorrência desleal decorre de custos mais baixos associados a regulamentações menos exigentes nesses países”, apontou. Uma das soluções em discussão é a aplicação de uma taxa de carbono fronteiriça, que alinhe os custos ambientais entre as empresas europeias e os produtos importados de fora da União Europeia.
Fortalecer a cidadania europeia
Para Paulo Cunha, o trabalho como eurodeputado passa também por aumentar a literacia europeia entre os cidadãos, em especial na sua região de origem. “Quanto mais pessoas estiverem familiarizadas com a ação da União Europeia, mais estamos a criar uma verdadeira cidadania europeia”, afirmou.
O ex-autarca de Vila Nova de Famalicão destacou ainda o papel dos fundos comunitários no desenvolvimento local, desde infraestruturas como escolas e centros de saúde até novas estratégias de mobilidade sustentável. “Decisões tomadas no Parlamento Europeu têm impacto direto na qualidade de vida das pessoas, e é crucial que os cidadãos reconheçam essa ligação”, concluiu.
Paulo Cunha reconhece que, como autarca que foi, a importância que os órgãos de comunicação social regional têm para chegar perto dos cidadãos e por isso são veículo importante para a concretização de uma das missões que diz ter abraçado juntamente com o mandato de eurodeputado: estreitar laços entre os portugueses e as instituições europeias.
“Os portugueses devem ser cada vez mais beneficiários líquidos daquilo que são as prioridades e direitos sociais de contexto europeu e ainda há hoje, na minha perceção, uma diferença considerável entre o acesso dos portugueses àquilo que são estratégias, políticas e posturas europeias do que estão cidadãos de outros países. É preciso trabalhar para que os portugueses estejam mais próximos do coração da Europa, estejam mais bem colocados para ter acesso a esse conjunto de direitos e isso pressupõe ações políticas que todos os eurodeputados têm de empreender para que isso aconteça”, defendeu.
Paulo Cunha é também membro suplente da Comissão do Controlo Orçamental, da Comissão das Petições, da Delegação à Comissão Parlamentar de Estabilização e Associação UE-Montenegro e da Delegação para as Relações com os Países da América Central, incluindo o Comité Parlamentar de Associação UE-América Central.
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