V.N. de Famalicão
Programa ‘acompanha’ alunos em situação de risco (c/vídeo)
Os clubes das escolas, como o de teatro ou o de ciência, bem como outras atividades passam a servir também para cativar os alunos famalicenses, como uma espécie de contaminação positiva para fomentar o gosto pelo estudo e pela formação. É esta a base do programa “Acompanhar”, apresentado no dia 11 de abril, na Escola Secundária Camilo Castelo Branco, mas que já foi implementado nas escolas do concelho de Vila Nova de Famalicão desde o final de 2015.
Este é um projeto piloto que tem como objetivo “potenciar e apoiar as escolas na implementação de projetos de boas práticas na área do acompanhamento e inclusão inteligente dos alunos em especial situação de risco”, ou seja, pretende-se “dar uma resposta menos curricular, saindo daquelas ações mais voltadas para o estudo acompanhado e aulas de apoio, para se conseguir cativar os alunos para a escola e potenciar o seu sucesso”, explicou o vereador da Educação da Câmara Municipal de Famalicão, Leonel Rocha. Depois de conhecida “a realidade de cada escola”, desenvolveu- se “a metodologia mais adequada” a cada uma. Atualmente, cerca de 300 jovens e 16 instituições estão envolvidos no programa “Acompanhar” em todas as escolas famalicenses, algo que, para Leonel Rocha, “ilustra bem a eficácia deste programa”, uma vez que “os resultados estão efetivamente à vista”. O “Acompanhar” envolve a participação em cada estabelecimento de ensino do “Comissário” e do “Mentor”. Assim, cada escola nomeia o seu “Comissário”, que tem a responsabilidade de implementar e supervisionar o programa, mas envolve também a participação de um “Mentor/ Tutor”, que trabalha em articulação com o diretor de turma e faz a ponte com os encarregados de educação. Estes “Tutores de pares” são, geralmente, “jovens com perfil de liderança e mediação, que servem de facilitadores do processo pedagógico de inclusão e capacitação, e com especiais competências ao nível da comunicação, gestão de conflitos e ao nível da concertação e gestão de dinâmicas grupais”. O objetivo é que os alunos “se ajudem mutuamente e que utilizem metodologias como o teatro ou como a filosofia grupal para poder ajudar os colegas”. “Não é um programa que incide essencialmente no estudo mas, acima de tudo, em cativar os colegas para a escola, para que essa motivação desperte também a vontade de aprofundar os seus conhecimentos”, explicou Leonel Rocha. O programa “Acompanhar” envolve assim quatro fases: a da “contaminação”, onde se tenta “perceber e diagnosticar o que ‘contamina’ positiva e negativamente” os alunos; a segunda fase diz respeito aos “poderes”, onde se tenta “perceber os talentos mas também que competências e ‘poderes’ importa adquirir e potenciar”; o redirecionamento dos poderes, a terceira fase do processo, procura “reorganizar o modo de funcionamento, a capacitação ao nível das competências que mais falta fazem, e redesenhar o projeto de vida individual”. A quarta e última fase, a do “compromisso”, passa por determinar “um plano de ação com base no trabalho das fases anteriores” e executá-lo “de forma integrada”. Desde que o programa foi implementado, juntou-se um conjunto de alunos com “problemas na escola”, nomeadamente ligados ao insucesso escolar, à integração e ao comportamento, que muitas vezes advêm “do contexto familiar e social em que eles vivem”. Os resultados estão à vista e “nota- se uma melhoria e um interesse na escola e o consequente sucesso desses alunos no contexto dos cursos que frequentam, as melhorias ao nível da integração e do comportamento dos alunos em contexto de sala de aula e de escola é também claramente notória” , assumiu o vereador. O programa está implementado desde o final de 2015 e, embora seja cedo para falar de resultados, Leonel Rocha afirmou que não havia “uma expectativa tão alta”, nomeadamente no que diz respeito ao “número significativo de alunos que estão envolvidos no programa”. Por agora, o projeto “está a ser monitorizado e avaliado continuamente para poder apresentar resultados e, ao mesmo tempo, para ser validado empiricamente. Para já, pode garantir- se que “efetivamente é um programa que apresenta resultados”.
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