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Riba de Ave assinalou 31.º aniversário de vila com mágoa mas com confiança

Jornal do Ave

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Foi um amargo na boca que Riba de Ave celebrou esta terça-feira, o 31.º aniversário da elevação da freguesia a Vila. Com o salão nobre da Junta de Freguesia à pinha, numa noite que parecia de inverno, a presidente Susana Pereira foi a porta-voz dos sentimentos da comunidade. “Se continuarmos no caminho trilhado por Lisboa, temo que muito brevemente deixaremos de comemorar este dia”, começou por dizer, explicando que“aquilo que levou o governo da República em 18 de dezembro de 1987 a atribuir o título de Vila a Riba de Ave, está, paradoxalmente, a ser retirado por um outro Governo sem dó nem piedade”. E explicou que “a situação não se deve à falta de dinamismo económico ou social, nem sequer à população, que tem vindo a aumentar, deve-se às opções da administração central”.

Neste âmbito, a presidente de Junta lembrou “a notícia do encerramento da Estação dos CTT, a decisão do Governo da retirada da escola pública e da Caixa Geral de Depósitos de Riba de Ave”.

O sentimento de revolta foi partilhado pelo presidente da Câmara Municipal, Paulo Cunha, que criticou “o progressivo afastamento das instâncias nacionais para com as comunidades, que, por vezes, dá a sensação de verdadeiro abandono. Ao longo dos anos, as instituições locais têm-se  deparado com cada vez menos recursos e menos ação e cada vez mais tarefas, o que significa um despreendimento em relação às pessoas”.

Em contrapartida, o autarca destacou que “estas comunidades têm tido da parte do poder local um músculo forte que vai compensando essa ausência e progressivo afastamento das instancias nacionais”. Para Paulo Cunha “este não é só um problema do interior do país, é um problema de todo o país, é um problema do estado de abandono da administração central”. E deu como exemplo o caso dos CTT que “se não fosse o interesse da Câmara Municipal e a permanente preocupação da Junta de Freguesia, a Vila teria perdido o serviço”.

Outro exemplo tem a ver com a educação “porque ao mesmo tempo que o Estado abandona o processo educativo na Vila, o município e a junta de Freguesia criam raiz reabilitando um edifício, que dá um sinal de perpetuidade deste investimento – através da escola básica. Um sinal que vai em sentido contrário ao sinal de abandono da Administração Central, que é um sinal de segurança, de aposta e permanência”, destaca.

Paulo Cunha que deixou rasgados elogios ao papel da Junta de Freguesia e da sua presidente Susana Pereira realçou ainda outros investimentos do município na Vila, nos últimos anos, “nomeadamente no desporto, através do complexo desportivo do Riba de Ave Hóquei Clube, na cultura com a aposta nas novas instalações da banda de música, ou através do Ave Cultural, entre muitas outras áreas”.

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De resto, segundo o presidente da Câmara Municipal a sua presença na cerimónia representou “acima de tudo um sinal de futuro. A Câmara Municipal e a Junta de Freguesia vão estar ao lado da população e a trabalhar mesmo que seja em contraciclo em relação aos investimentos nacionais aqui realizados”.

Também Susana Pereira destacou os investimentos realizados pela autarquia nomeadamente “a Escola do 1.º Ciclo que ficará pronta em breve e que perdurará por décadas”. A autarca salientou ainda “a requalificação do Teatro Narciso Ferreira e a reabilitação da área envolvente à Sampaio e Ferreira e Oliveira Ferreira”.

Para 2019, Susana Pereira não escondeu o desejo de poder ver em Riba de Ave a abertura de uma escola pública e garantiu que a comunidade não baixa os braços. “Estamos a preparar mais ações. Para já, vamos pedir para sermos ouvidos na Assembleia da Republica e pelo Governo, vamos fazer o Governo ouvir este território”.

Prémio de Cidadania para Joaquim Machado

A sessão ficou ainda marcada pela entrega de prémios de mérito a várias personalidades e instituições da Vila. Neste âmbito, destaque para os Prémios de Mérito de Cidadania que distinguiram Joaquim Machado (antigo Presidente da Junta de Freguesia de Riba de Ave, em 1987, antigo Presidente do RAHC, antigo administrador da Santa Casa da Misericórdia de Riba de Ave) e João Mendes (fundador do grupo coral há 45 anos; presidente durante muitos anos da Associação Cultural S. Pedro de Riba de Ave e antigo membro da assembleia de freguesia).

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Foram ainda entregues os prémios de Mérito Desportivo a Luís Machado (ciclismo), Luís Silva (natação); Hugo Azevedo (Hóquei); RAHC (subida à 1° divisão). No Mérito Inovação foi distinguida a empresa sediada em Riba de Ave e premiada a nível nacional (Pplware). E no Mérito Social o Centro Social e Cultural de Riba de Ave.

No final cantou-se os parabéns à Vila.

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