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Santo Tirso diz que novo modelo do setor das águas “vira costas” aos municípios

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O presidente da câmara de Santo Tirso, Joaquim Couto, criticou hoje o processo de restruturação do setor das águas, acusando o Governo de estar a “desenhar a partir de Lisboa” um modelo que “vira costas” aos municípios.

No dia 09 de abril o ministro do Ambiente, Jorge Moreira da Silva, afirmou que a criação de sistemas multimunicipais de abastecimento de água e saneamento do Norte, Centro Litoral e Lisboa e Vale do Tejo vai promover uma “harmonização tarifária” entre o interior e o litoral, mas este argumento não convence Joaquim Couto.

Para o autarca de Santo Tirso, que falava no período antes da ordem do dia da  reunião de câmara, que decorreu na tarde desta quinta feira em Areias, no Intituto Nun´Alvres  é consequência direta da restruturação do setor das águas “o agravamento da fatura para os consumidores residentes nos Municípios do litoral e do interior, cujo aumento médio poderá chegar aos 40 e 10 por cento, respetivamente”, segundo afirmou.

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“[Esta medida põe] os municípios uns contra os outros, numa lógica de dividir para impor, sem diálogo e sem respeito pelo Poder Local, uma reestruturação com impacto direto na gestão municipal”, apontou, também, Joaquim Couto.

O autarca criticou, assim, a fusão de 19 entidade em cinco estruturas, acrescentando que a obrigação de Santo Tirso passar a integrar o sistema da empresa Águas do Norte, fará este concelho do distrito do Porto sofrer “um agravamento das tarifas praticadas”, cujo aumento pode, reforça Couto, “torna-se incomportável para a maioria dos agregados familiares”.

“Os vereadores do PS [referindo-se à maioria que lidera na câmara] contestam o modelo imposto para o setor das águas em Portugal, uma vez que o princípio que norteou a decisão foi o de apenas passar uma esponja pela má gestão acumulada do grupo Águas de Portugal, com uma dívida às costas de mais de 600 milhões de euros”, referiu.

Na sua intervenção Joaquim Couto falou, também no âmbito da reforma do Governo neste setor, em “dificuldade” dos municípios de acederem a fundos comunitários e em estratégia de reestruturação do setor “apenas focada na gestão e em ganhos de economia de escala e não na realização de investimentos para alargamento da taxa de cobertura dos serviços de abastecimento de água e saneamento”.
C/Lusa

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