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“Sculp” é o novo filme de Joaquim Pavão e vai ser rodado em Santo Tirso

Jornal do Ave

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O novo filme do realizador Joaquim Pavão, “Sculp” (“Escultura”), vai ser rodado em Santo Tirso e centra-se nas esculturas ao ar livre do Museu Internacional de Escultura Contemporânea (MIEC), anunciou hoje a autarquia do distrito do Porto.

As primeiras filmagens irão decorrer de 20 a 29 de março, na Fábrica de Santo Thyrso e no Parque Urbano Sara Moreira.

Joaquim Pavão é o realizador da curta-metragem “Antes que a noite venha – Falas de Antígona”, que conquistou quatro prémios no passado mês de dezembro, nos “Red Carpet Film Awards”, em Nova Iorque, entre os quais os de melhor atriz (Isabel Fernandes Pinto) e de melhor cinematografia (José Oliveira).

O filme será rodado em torno das esculturas do MIEC, dispersas pela cidade de Santo Tirso, e onde “a escultura é o corpo, o corpo é a escultura”, e pretende “promover o debate acerca das relações entre arte, urbanismo e cidadania”, acrescenta o comunicado.

A nova obra do Joaquim Pavão “terá sete quadros que representam os sonhos, liberdades e pensamentos de uma personagem que habita um mundo onde todas as escolhas são facilitadas por algoritmos”, refere a nota de imprensa da autarquia, sobre o projeto.

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A banda sonora está a cargo do compositor Óscar Flecha, um dos mentores do Festival Internacional de Guitarra de Santo Tirso.

“O filme começa na música. É a base. É ela que cria os espaços, o tamanho, a atmosfera”, adianta o realizador, Joaquim Pavão, sublinhando que a música de Óscar Flecha “desenha outros espaços, outras realidades”. “Todo o filme está sob o mundo sonoro de Óscar Flecha”, acrescenta, citado pelo comunicado.

Para o realizador, “Sculp” é uma “abordagem à realidade, uma visão de um possível futuro, um mote para a interrogação” dirigindo-se ao público em geral, e “a quem quer fruir, pensar, discutir, duvidar, criticar, a quem está vivo e habita o seu espaço”.

Com estreia prevista para o primeiro trimestre de 2020, o filme deverá percorrer, nos dois anos seguintes, festivais internacionais de cinema, e será ainda programado em sala, informa a autarquia.

O Museu Internacional de Escultura Contemporânea é composto por 55 esculturas dispersas por seis polos da cidade, numa ideia que partiu do escultor Alberto Carneiro (1937-2017), quando desafiou o presidente da Câmara de Santo Tirso Joaquim Couto, em 1990, a “ter um caso único em Portugal, com [obras dos] escultores mais importantes dos seus países e que integram a vanguarda da escultura contemporânea”.

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Hoje, há 55 escultores nacionais e internacionais pelas ruas de Santo Tirso, desde o artista belga Paul Van Hoeydonck, que tem uma obra sua na lua, até nomes como Pedro Cabrita Reis, Fernanda Fragateiro, Júlio Le Parc, Fernando Casás e Carlos Criz Diez.

Em 21 de maio de 2016, o Museu Internacional de Escultura Contemporânea “ganhou” a sua sede, um projeto que juntou os dois arquitetos portugueses Álvaro Siza Vieira e Eduardo Souto de Moura, ambos galardoados com o Prémio Pritzker.

A construção da sede do Museu Internacional de Escultura Contemporânea envolveu igualmente a requalificação do Museu Municipal Abade Pedrosa, que tem sede numa das alas do Mosteiro de São Bento.

Lusa

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