Santo Tirso
Servir pizzas ao preço da solidariedade
Grupo de pizzaiolos portugueses reuniu-se em Santo Tirso para apoiar a ASAS, confecionando pizzas que a comunidade adquiriu em troca de um donativo.
De mãos na massa por uma causa maior. Foi o que fizeram mais de 30 pizzaiolos de todo o país, esta segunda-feira, 29 de maio, no Praça Conde S. Bento, em Santo Tirso. Entre eles estava Agostinho Pereira, responsável pela pizzaria Ponto Pizza, localizada naquela cidade.
Na longa bancada montada e com fornos à temperatura da combustão da lenha, o Grupo Português dos Amigos Pizzaiuolos serviu pizzas ao preço da solidariedade. É que quem quisesse reconfortar o estômago era convidado a deixar um donativo de qualquer valor a favor da associação ASAS.
“Somos um grupo de 40 pizzaiolos e quando nós nos podemos encontrar fazemos um evento solidário. Aproveitamos para partilhar ideias e conhecimento e, ao mesmo tempo, ajudamos alguém. Desta vez, foi a mim que me coube organizar o encontro”, contou ao JA Agostinho Pereira, que juntamente com outros 13 pizzaiolos do grupo participou, recentemente, no Campeonato do Mundo de Pizza, em Parma, Itália.
Além de usufruir das pizzas, alguns jovens da ASAS tiveram oportunidade de se tornarem pizzaiolos por alguns momentos e aprender os passos básicos para confecionar este prato italiano. Essa “vertente pedagógica” também foi evidenciada por Gilda Torrão, diretora-geral da associação, que elogiou “a envolvência” promovida pelos pizzaolos, não só com os jovens institucionalizados, como também com a própria comunidade.
“Temos de agradecer ao senhor Agostinho e a todos os outros pizzaiolos que aceitaram estar nesta iniciativa, com uma dupla perspetiva, uma de se juntarem e ensinarem a fazer pizzas, animando a comunidade, e noutra de cariz solidário, não esquecendo as crianças e jovens em perigo, que nós acompanhamos através das nossas casas de acolhimento e apartamentos de autonomia”, frisou.
O cheiro não deixava ninguém indiferente e com a hora do almoço a avançar, crescia também a fila de interessados em atestar a qualidade das pizzas, feitas por especialistas vindos de todo país, incluindo ilhas. Rui Rodrigues viajou da Madeira para Santo Tirso e, além de dar espetáculo na arte de girar a massa no ar, levantou o véu sobre os principais segredos para confecionar uma boa pizza.
Pizeiro há 23 anos e com três estabelecimentos no arquipélago, Rui revelou que, “para começar”, é preciso ter “paixão” pela “arte”, vocábulo que usa para substituir “trabalho”. “Depois, a (qualidade da) farinha, a fermentação, a hidratação da massa, o tipo de forno – elétrico ou a lenha – e a temperatura de conservação e de cozedura são processos essenciais para obter um excelente resultado final”, adiantou.
Além da ASAS, foram ainda contemplados com pizzas o lar residencial da Casa de Acolhimento Sol Nascente, a Santa Casa da Misericórdia e as corporações dos Bombeiros Voluntários de Santo Tirso e Tirsenses.
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