V.N. de Famalicão
Soluções para cidades do futuro: “RGPD tem impedido o progresso tecnológico”
Na segunda mesa-redonda do Fórum “Pensar as Cidades” discutiram-se as “Soluções para as Cidades do Futuro”, com empresas, universidades e centros de investigação, como o ALTICE Labs, CeNTI, Centro ALGORITMI (Universidade do Minho), Grupo ACA e IOTech, a abordarem as tecnologias e sistemas emergentes que vão desempenhar um papel crucial para o futuro das cidades.
Na segunda mesa-redonda do Fórum “Pensar as Cidades” discutiram-se as “Soluções para as Cidades do Futuro”, com empresas, universidades e centros de investigação, como o ALTICE Labs, CeNTI, Centro ALGORITMI (Universidade do Minho), Grupo ACA e IOTech, a abordarem as tecnologias e sistemas emergentes que vão desempenhar um papel crucial para o futuro das cidades.
Mas também os desafios com que as entidades se debatem, no dia a dia, para a aplicação dessas soluções dominaram o debate. O acesso e tratamento dos dados que permitem o desenvolvimento de soluções inteligentes é um deles. “Os dados são essenciais. Queremos soluções, mas muitas vezes não olhamos para a forma como as criamos”, começou por dizer José Machado, diretor do Centro Algoritmi da Universidade do Minho, que considera que, neste campo, o RGPD (Regulamento Geral de Proteção de Dados) “tem impedido o progresso tecnológico”.
E neste capacidade capitulo, Filipe Portela, CEO da IOTech, acrescenta que é preciso “mais colaboração” entre entidades. “Os sistemas que já estão em vigor nas cidades devem comunicar entre si e possibilitar a integração de outras soluções. Não faz sentido que alguém mantenha uma entidade refém de um serviço, que pode ser potenciado através da colaboração”, argumentou.
Já Nuno Silva, Product Manager & ENTER Program/Corporate Venture Development Manager da Altice Labs, ressalvou a importância de “a disponibilização dos dados” estar, por exemplo, “previstos nos contratos dos concursos públicos” e a necessidade de se mudar mentalidades, no sentido de se galgar caminho para a criação as soluções preditivas, característica que o projeto IoCity, da IOTech, já contempla.
Para o diretor-executivo do CeNTI, um dos “problemas das democracias”, que se verifica em Portugal, é o modelo dos concursos públicos, que não está adaptado à área da inovação. “Há projetos que só são possíveis com um investimento muito grande, que avançam sem ter a certeza que o mercado vai aparecer”, referiu. Por isso, os chamados Testbeds, espaços de experimentação de produtos e serviços, podem ser um “excelente instrumento para validação” e levar, inclusive, à “criação de quadros regulamentares” mais adequados à inteligência artificial.
A ideia foi corroborada por João Pedro Ferreira, gestor de Inovação do Grupo ACA, que alertou para a necessidade de se criarem soluções que se adaptem à escala e necessidades dos territórios.
O representante da ACA quis também deixar uma “achega” ao modelos de concurso público, sublinhando que o critério do preço, sempre o mais valorizado para efeitos de contratação, acaba por desconsiderar a inovação.
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